Jefferson Rudy/Agência Senado

Governo ignora Anvisa e exigirá apenas quarentena de 5 dias para viajantes não vacinados

07.12.21 18:16

Apesar do aumento da circulação da variante Ômicron no mundo, a gestão Jair Bolsonaro decidiu ignorar as recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa, para evitar a disseminação da nova cepa no país e pregou a “reabertura das fronteiras“.

Em vez de exigir o passaporte da vacina de estrangeiros para a entrada no Brasil ou submetê-los a uma quarentena de 14 dias, o governo decidiu somente impor um isolamento de cinco dias aos não imunizados que desembarcarem em território brasileiro.

Ao anunciar a medida nesta terça-feira, 7, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga (foto), ressaltou o avanço da imunização em massa no Brasil e disse que o enfrentamento da pandemia “não diz respeito a apenas um passaporte, que mais discórdia do que consenso cria. “É necessário defender as liberdades individuais“, completou, conforme a cartilha de Bolsonaro. Ele, aliás, avaliou que, como dito mais cedo pelo presidente, é preferível perder a vida do que a liberdade.

Em uma crítica velada à Anvisa, o ministro condenou o fechamento de fronteiras para países em que a taxa de circulação do vírus é alta. “Essas variantes podem acontecer e podem acontecer em qualquer lugar do mundo. E os países que identificam essas variantes não podem ser punidos com restrições a seus cidadãos. Até porque, no momento da identificação dessa variante, elas já estão em outras partes“, emendou.

Queiroga discursou ao lado do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e do advogado-geral da União, Bruno Bianco, no Planalto, um dia após o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, estabelecer um prazo de 48 horas para o governo se manifestar sobre a demora para responder a orientações da Anvisa.

No final do mês passado, o diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, defendeu a adoção de medidas restritivas em aeroportos e afirmou que a autarquia pretendia defendê-las “até as últimas consequências“. As regras, disse Barra Torres, são necessárias para evitar que o Brasil se torne um polo de “turismo antivacina“.

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