Agência Brasil

Gaúchos e mineiros lideram ranking de armas em ano de registro recorde na PF

27.02.21 11:01

Na esteira da flexibilização do acesso a armas de fogo promovida pelo governo de Jair Bolsonaro, o Brasil bateu recorde em 2020 no número de novos armamentos registrados na Polícia Federal. Foram 179,7 mil armas, um aumento de 91% em relação a 2019 e mais do que o triplo registrado em 2018.

Deste total, 68% foram armas registradas por cidadãos comuns, que passaram a ter mais facilidade de obter o porte e mais equipamentos com os decretos publicados por Bolsonaro desde o início do governo. Os dados não incluem as armas adquiridas pelas polícias, que são registradas pelo Exército.

Dados mais detalhados obtidos por Crusoé com a PF mostram em quais regiões do Brasil a população mais se armou legalmente em 2020. O estado líder do ranking é o Rio Grande do Sul. No total os gaúchos registraram 16,9 mil novas armas no ano passado, mais do que o triplo computado em 2018, quando o estado já liderava o ranking da PF.

Na sequência aparecem Minas Gerais (16,4 mil armas), Santa Catarina (12,7 mil), Paraná (8,6 mil) e Goiás (6,9 mil). Os mineiros, aliás, quadruplicaram o número de armas novas registradas em relação a 2018.

A Polícia Federal é a responsável pelo registro das chamadas armas de uso permitido, que são os modelos menos potentes, como o revólver 38 ou a pistola .380. Já as armas mais potentes, de uso restrito das polícias e das Forças Armadas, como rifles e fuzis, são controladas pelo Exército e podem ser legalmente compradas por caçadores, atiradores e colecionadores de armas, os chamados CACs.

Na edição 147, Crusoé mostrou que o número de novas armas de uso restrito quase dobrou entre 2019 e 2020, chegando 137,8 mil novos registros no ano passado. O aumento também é consequência da flexibilização das regras de acesso a armas e munições pelos CACs, o que tem causado grande preocupação entre especialistas e autoridades em segurança pública.

Como mostrou a reportagem, a Polícia Civil de São Paulo investiga uma quadrilha que usa registros falsos de CAC para comprar armas e máquina de munições para praticar crimes. Os certificados de registro no Exército são fraudados por meio de esquemas que envolvem despachantes de armas e militares da ativa, como a Polícia do Distrito Federal descobriu em janeiro.

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