Waldemir Barreto/Agência Senado

Frustrada pela PGR, investigação sobre agências contratadas pelo governo avança na CPI

10.06.21 14:06

A CPI da Covid autorizou a quebra dos sigilos telefônico, fiscal e bancário de três agências de publicidade que mantêm contratos de centenas de milhões de reais com o governo federal. Trata-se de uma frente de investigação que chegou a ser encampada pela Polícia Federal, no inquérito dos atos antidemocráticos, mas acabou frustrada por um parecer contrário da Procuradoria-Geral da República.

Todas as empresas — Calia, PPR e Artplan — firmaram contratos no governo Michel Temer, em 2017, no valor de 208 milhões de reais cada, e receberam aditivos durante o mandato de Jair Bolsonaro.

No ano passado, a PF pediu ao ministro Alexandre de Moraes autorização para realizar buscas e apreensões nas três agências, assim como em endereços ligados ao ex-secretário de Comunicação Fábio Wajngarten. O vice-procurador-geral da República, Humberto Jaques de Medeiros, se manifestou contra os pedidos.

Em novembro, Moraes pediu à PF que se manifestasse sobre o parecer de Medeiros. Desta vez, porém, a delegada Denisse Ribeiro disse que a demora desde o primeiro pedido frustrou a efetividade da diligência.

No inquérito dos atos antidemocráticos, havia a suspeita de que as agências contratadas pelo governo federal fizessem repasses a blogueiros e apoiadores de Bolsonaro investigados por atentar contra as instituições. A CPI, em outra ponta, quer investigar o fomento à disseminação de notícias falsas sobre tratamento e a imunização contra a Covid-19.

A Calia pertence a Gustavo Mouco, irmão de Elsinho Mouco, que foi marqueteiro de Michel Temer, e, mais recentemente, de Celso Russomanno, apoiado por Bolsonaro e derrotado nas eleições municipais de 2020. A Artplan chegou a ser investigada pela PF por manter contratos com uma empresa ligada a Wajngarten. O caso foi revelado pelo jornal Folha de S. Paulo.

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