Agência Senado

Fraude no Senado: o senador suspeito e seus possíveis motivos

21.02.19 06:10

Mecias de Jesus chegou ao Senado Federal com o trunfo de ter desbancado, em uma das apurações mais emocionantes das eleições de 2018, ninguém menos que Romero Jucá, senador desde 1995 e líder no Senado de todos os governos desde então.

Principal suspeito de ter fraudado a votação que depois seria vencida por Davi Alcolumbre, como revelou Crusoé nesta quarta-feira, Mecias é apontado por colegas como apoiador de Renan Calheiros na corrida em que o cacique alagoano foi derrotado.

Por trás da atitude de Mecias, dizem os senadores que acompanham o desenrolar do caso, pode estar a estratégia política de seu partido, o PRB.

Preterido na Esplanada com a ascensão de Jair Bolsonaro ao Planalto após ocupar ministérios estratégicos nas gestões de Dilma Rousseff e Michel Temer, restou à sigla o Congresso Nacional.

O projeto de poder que a legenda desenhou passou a prever um alinhamento aos então dois favoritos na eleição para a presidência da Câmara e do Senado. Respectivamente, Rodrigo Maia e Renan Calheiros.

Na Câmara, o plano foi perfeitamente cumprido. Tanto que o presidente do partido, o deputado federal Marcos Pereira, virou primeiro vice-presidente da Câmara. No Senado, o projeto passava por Renan. Único senador do partido, Mecias era considerado nas planilhas dos senadores como um voto certo no senador alagoano.

Nesse sentido, a fraude teria possíveis três efeitos. Um era o de medir a temperatura da casa sobre a eleição. Tanto que muitos senadores, a maioria pró-Renan, defendia que a despeito da fraude os votos válidos fossem contados — ou seja, que os dois votos depositados a mais na urna fossem excluídos da apuração.

Outra consequência possível, a partir desse resultado da votação, era o adiamento da sessão, em um estratagema para que Renan tentasse angariar mais votos. Um terceiro efeito era deslegitimar o voto em papel e fazer a segunda votação via painel eletrônico, o que impediria que os senadores mostrassem as cédulas — isso favoreceria o velho cacique, que defendia o voto secreto e contava com alguns colegas que, se o pleito fosse realizado secretamente, poderiam apoiá-lo.

O plano, contudo, teve efeito reverso. O movimento pelo voto aberto ganhou força da primeira para a segunda votação. Renan sentiu o golpe e desistiu. Davi Alcolumbre acabou eleito. Mas a imagem do Senado foi manchada e a legislatura que mal começou já pode ter de discutir a cassação de um senador.

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  1. A mim, me parece que 1 senador jogou 2 votos, mas a trama já estava combinada entre mais senadores. Também acho que a ideia era mesmo jogar a eleição para o painel. Eu estranhei que, antes da eleição, um senador, não me lembro qual, ao comentar os passos que se seguiriam, fez questão de citar a contagem dos votos como uma etapa anterior à apuração... Eu gostaria de ver uma gravação daquela sessão para ver quem foi...

    1. como é que pode um político ser Senador desde 1995. um absurdo,esse Jucá fez da política sua profissão,mas não para o bem do país.

    2. É por isso que continuamos na categoria de país de terceiro mundo. com uma corja de políticos que só querem se dar bem. não importa o partido,são todos iguais. Bandidos nos postos mais altos da política.

    1. Este sujeito é um criminoso fraudador e não pode ser Senador da República. O cargo exige decôro e honestidade.

  2. Ontem pedi a explicação do porquê deste senador fazer isto. Obrigada! Vamos aguardar agora o resultado desta manobra. Outra pergunta: se ele for expulso, Jucá assume?!?! Eita!

  3. Espero que o Senado não esteja procurando este suspeito pra desviar a atenção do crime comprovado: Maranhão rasgou as cédulas e isto está filmado !!!

    1. rssss, nem tanto. só pegar o q roubam de volta já ajuda bastante.

  4. Isso não vai dar em nada os brasileiros já estão acostumados com essa falta de respeito e esses senadores que estão formando o congresso de hj não tem moral para nada ha não se passar a mão no dinheiro do contribuinte.

  5. Olha o Mecanismo se organizando pra voltar com o Romero Jucá. A quem interessa a cassação do "Bessias"? Faltou o "gran finalle" na matéria...

  6. Ta mais do que na hora de moralizar este país! Tem que por bandido na cadeia!! Os objetivos de quem fez eram obviamente dar sobrevida a este sistema corrupto que ROUBA o povo brasileiro a decadas...

  7. Não sei se teve toda esta conspiração ou se foi apenas uma oportunidade que apareceu para o pilantra pegar dois votos. Mas todas as possibilidades devem ser investigadas afinal está gente é capaz de tudo.

  8. O fraudador deve ser cassado e os outros que cooperaram devem ser exemplarmente punidos. E não esquecer da indecorosa katiaabreu.

  9. Pelotiqueiros (isto mesmo, “pelo...”) devem servir para entreter a plateia, não infelicita-la! Não cabem análises sobre o porquê da atitude contraventora, se usaram da teoria dos jogos, I.A, ardis engenhosos, nada disso! Trata-se apenas de mais um indigno que faz da política um meio de vida e uma fonte de renda, que nos entristece e que deve ser alijado rapidamente da arena.

  10. Acho que o nome pesa mesmo, esses messias carregam o complexo de salvadores. Esse queria salvar Renan, outro queria salvar o Lula e tem um que promete salva a Pátria! kkkkk

    1. Só que este Mecias já nasceu e cresceu errado. Tanto a grafia de seu nome como suas ações políticas mostraram-se ridículas e vergonhosas para o que seus pais e eleitores esperavam dele !

    1. Se fosse um país sério, o sujeito ia tomar vergonha na cara e renunciar.

  11. Quando o assunto em discussão envolver o nome Renan Calheiros, investigue ! Certamente serão detectadas irregularidades.

  12. Bingo! A ideia era usar a estrategema para medir a temperatura e tentar a votação via painel eletrônico. Não saída plausível. Mecias de RR será conhecido nos anais do Senado como Mecias, o breve!

    1. Ou MeCias, o único com C de cu, C de charlatão, C de "companheiro" dos anti-patriotas, C de calhorda, C de cagao e mal intencionado,C de cadeia nele, C de comuna. C de tChau querido. Seu estado sem representante é melhor na NAÇÃO.

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