Adriano Machado/Crusoé

Flávio Bolsonaro usa filiação ao PL como palco para atacar Moro

30.11.21 12:07

Filho 01 do presidente da República, o senador Flávio Bolsonaro (foto) usou a cerimônia em que se filiou ao PL ao lado do pai para atacar o ex-juiz Sergio Moro, que deve disputar o Planalto em 2022. Sem citar nominalmente o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, o parlamentar buscou externar aos parlamentes presentes como o clã Bolsonaro o vê, usando repetidas vezes o adjetivo “traidor“.

Moro deixou o governo em abril de 2020, acusando Bolsonaro de tentar interferir na Polícia Federal para obter informações sigilosas e proteger aliados. As declarações resultaram na abertura de um inquérito em trâmite no Supremo Tribunal Federal até hoje. Desde o desembarque, o ex-juiz e ex-ministro é alvo frequente da artilharia bolsonarista.

Ao microfone, nesta terça-feira, Flávio afirmou haver um “ditado na política que fala o seguinte: a política pode até perdoar traição, mas não perdoa o traidor“. Na sequência, o senador declarou que traidor é aquele “que humilha uma mulher” e a “expõe”.

As declarações remetem ao episódio em que Moro foi chamado a ser padrinho de casamento de Carla Zambelli, aliada de primeira hora do Planalto. Após deixar o governo, o ex-juiz disse ter aceitado o convite por “constrangimento“. Antes disso, ele já havia exposto mensagens em que a deputada o pressiona a permanecer na gestão Bolsonaro, lembrando que o presidente poderia indicá-lo ao STF.

Flávio acrescentou que o mesmo “traidor” teria dificultado “a aquisição de armas de fogo para as pessoas exercerem o direito à legítima defesa e colou nele a pecha de “pró-aborto“. “Traidor é aquele que não respeita o eleitor que escolheu as bandeiras vitoriosas na eleição de 2018“, disparou.

O senador disse ainda, que, mais grave, Moro “não tomou as devidas providências para descobrir quem mandou matar Bolsonaro“. Em depoimento à PF, Bolsonaro já havia relatado cobranças que fez ao seu então ministro Justiça e Segurança Pública  por uma investigação mais “célere e objetiva” sobre o atentado que sofreu durante a campanha eleitoral de 2018. O presidente afirmou que não observou “nenhum empenho do ex-ministro Sergio Moro em solucionar o assunto”.

“Vamos vencer juntos o vírus, qualquer traidor e qualquer ladrão de nove dedos”, concluiu, colocando Lula na mira.

Como mostrou Crusoé, na autobiografia “Sergio Moro – Contra o sistema da corrupção”, o ex-juiz narrou em detalhes o processo de fritura ao qual foi submetido nos meses que antecederam o rompimento com Bolsonaro e jogou luz sobre o esforço do presidente para proteger seus filhos, em especial o 01.

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