Adriano Machado/Crusoé

Flávio Bolsonaro critica a Lava Jato e admite que Queiroz pagou suas despesas

05.08.20 08:10

O senador Flávio Bolsonaro admitiu que o ex-assessor Fabrício Queiroz, que está em prisão domiciliar, pagava suas contas pessoais, como boletos de escola e planos de saúde. Em entrevista ao jornal O Globo, o parlamentar comentou as investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro sobre o esquema de rachid em seu gabinete e criticou a Operação Lava Jato.

“Pode ser que, porventura, eu tenha mandado, sim, o Queiroz pagar uma conta minha. Eu pego dinheiro meu, dou para ele, ele vai ao banco e paga para mim. Querer vincular isso a alguma espécie de esquema é como criminalizar qualquer secretário que vá pagar a conta de um patrão no banco”, argumentou o senador.

Flávio Bolsonaro negou ter pagado despesas de Queiroz durante a internação do ex-assessor no Hospital Albert Einstein. Os custos do tratamento, pagos em espécie, superaram 133 mil reais. “Pagar cerca de 100 mil reais em cash, obviamente, não é algo normal, né”, reconheceu.

O filho 01 do presidente da República voltou a justificar a grande movimentação de dinheiro pelas contas de Fabrício Queiroz, com a devolução de parte do salário de servidores do gabinete. Disse que o dinheiro era usado pelo ex-assessor para contratar mais funcionários para equipe e negou ter conhecimento do esquema.

“É obvio que, se soubesse que ele fazia isso, jamais concordaria”, garantiu. “Outra coisa importante: mais de 80% dos recursos que passaram pelo Queiroz são de familiares dele. Então, qual o crime que tem de o cara ter um acordo com a mulher, com a filha, para administrar o dinheiro?”, justificou o senador.

Questionado sobre o embate entre o procurador-geral da República, Augusto Aras, e a força-tarefa da Lava Jato, ele fez críticas ao trabalho dos procuradores de Curitiba. “Qualquer investigação tem que acontecer dentro da lei e os excessos precisam ser investigados. Não dá para a gente jogar uma partida de futebol, um time fazer gol de mão e o outro aceitar”, comparou.

 

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