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A afronta de Pedro Castillo e o perigo que isso traz aos peruanos

30.07.21 13:40

A principal preocupação com o recém-empossado presidente do Peru, Pedro Castillo, é até que ponto ele tentará transformar seu país em uma nova Bolívia ou, pior ainda, numa Venezuela.

Em seu discurso de posse na quarta, 28, Castillo reafirmou alguns pontos preocupantes de seu programa de governo, como a busca por uma nova Constituição e o fim das aposentadorias privadas.

Um dia depois, Castillo indicou para chefe de gabinete, ou primeiro-ministro, Guido Bellido, um marxista radical que já mostrou nutrir simpatias pelo grupo terrorista de esquerda Sendero Luminoso. Bellido também já publicou nas redes sociais frases homofóbicas e misóginas. Em 2019, chamou um ex-deputado que assumiu publicamente sua homossexualidade de “porco gay“.

Na madrugada desta sexta, 30, mais surpresas: o novo presidente revelou o nome de 16 ministros. O novo gabinete é composto principalmente por pessoas despreparadas e integrantes do partido Peru Livre, controlado pelo marxista-leninista Vladimir Cerrón. Para surpresa geral, não foi divulgado o nome do ministro da Economia, nem da Justiça.

O ministro de Relações Exteriores, Héctor Béjar Rivera, é um sociólogo comunista que recebeu treinamento militar em Cuba e admira a Venezuela. Ao voltar ao Peru, fundou a versão peruana do Exército de Libertação Nacional (ELN), que logo foi derrotada militarmente.

Ao escolher um gabinete extremista, Castillo pode estar afrontando intencionalmente o Congresso, que por lei deve aprovar os ministros.

Em meio a dúvidas sobre como seria seu governo, Castillo decidiu endurecer. Além de ser um gabinete muito radical, sem sombra de dúvida, este é também um grupo muito frágil e tecnicamente limitado, o que certamente traria problemas de gestão“, diz o cientista político peruano Eduardo Dargent.

A atitude de Castillo elevou a tensão com o Congresso, que agora está diante de uma situação delicada. Se os deputados não aprovarem o gabinete, bastaria mais uma recusa para que o presidente estivesse apto a dissolver o Congresso.

Suspeita-se de que esse pode ser o objetivo de Castillo, uma vez que seu partido Peru Livre é minoritário na casa. Sem um Congresso, ele poderia tentar governar por decreto.

O Congresso, então, precisa agora tomar uma decisão cuidadosa, pois também não tem os votos suficientes para retirar Castillo do cargo. “Uma possibilidade para evitar a dissolução é aprovar esse gabinete, e seguir minando o novo governo aos poucos“, diz Dargent. “Não há uma resposta fácil para isso.”

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  1. Dizem: É errando que se aprende. Será? Era isso mesmo que a maioria que o escolheu queria? Foi isso que ele apresentou? Se sim, fazer o que. Pior aqui: compramos gato por lebre.

  2. Deus me livre de uma dia, após meus 40 anos, defender partido comunista, mas é preciso reconhecer que o cara ganhou as eleições "honestamente", segundo avaliação internacional. Sendo assim, precisa governar. Se o Congresso define como inapto ministros indicados pelo PRESIDENTE, estão acusando o PR de ser incapaz, também, de escolher seus comandados. A dissolução do Congresso é a solução pelas Leis peruanas. Afinal, o país PRECISA seguir em frente.NOS Ministérios, quem trabalham são os TÉCNICOS.

  3. Como foi na Venezuela, o pessoal mais abonado já deve estar saindo do país... ficarão os que não tem o que levar, muito triste.

  4. primeiro, os homossexuais criticam os religiosos, mas os marxicistas é que são intolerantes com os homossexuais.segundo até quando vai existir gente acreditando na bobagem marxicista.

    1. José depois de ver a cerimônia de posse, com aquele chapelão ridículo, não resta nenhuma dúvida.

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