Agência Brasil

Exclusivo: MP suspeita que loja de chocolates de Flávio foi usada para lavar dinheiro desviado da Alerj

18.12.19 17:18

No pedido de busca e apreensão em endereços ligados a Flávio Bolsonaro (foto) e ex-assessores, o Ministério Público do Rio de Janeiro afirma que as circunstâncias apontam para a “fundada suspeita” de que parte dos recursos desviados do esquema de rachid na Assembleia Legislativa investigado foi lavada por meio da loja de chocolates da qual o senador é dono. A loja fica em um shopping na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, e foi alvo da operação do MP nesta quarta-feira, 18.

No documento, ao qual Crusoé teve acesso, o MP aponta uma série de divergências entre transações financeiras do filho 01 do presidente Jair Bolsonaro, da mulher do senador, Fernanda Bolsonaro, e de sócios. As divergências aparecem desde o início do empreendimento, em 2015, segundo o Ministério Público.

“A fraude não se limitou a mascarar um simples empréstimo do casal a Alexandre Santini (sócio do senador na loja), pois Flávio e Fernanda Bolsonaro também não possuíam lastro financeiro entre o ano de 2014 e os dois primeiros meses de 2015 para justificar o investimento superior a R$ 1.000.00,00 realizado nesse período de aquisição e operação da loja Kopenhagen do shopping Via Parque, circunstância que levanta a fundada suspeita de que parte dos recursos desviados da Alerj possa ter sido ‘lavada’ por meio do empreendimento comercial do então deputado estadual”, diz o MP.

“Tudo indica que a personalidade jurídica da franquia Kopenhagen no Via Parque Shopping foi usada como ‘conta de passagem’, pois logo após inseridos na empresa, seja pelo aporte inicial de capital, seja por intermédio de depósitos em espécie nos períodos subsequentes, os créditos espúrios retornaram a Flávio Bolsonaro, travestidos sob a forma de distribuições de lucros fictícios, com a finalidade de lavar o capital oriundo dos crimes antecedentes, dando aparência lícita ao enriquecimento ilícito dos sócios entre os anos de 2015 e 2018”, acrescentam os promotores no relatório.

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