Ex-piloto de Fernandinho Beira-Mar virou preposto de megatraficante internacional

30.11.20 19:20

O piloto de avião Silvio Berri Júnior ganhou notoriedade no início dos anos 2000, quando foi flagrado operando aeronaves para o grupo de Luis Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, então principal liderança do Comando Vermelho, o CV. Até então apenas um piloto utilizado no transporte de drogas, Berri Junior reapareceu na Operação Enterprise da Polícia Federal, no último dia 23, como uma das principais lideranças da organização criminosa chefiada pelo ex-major da PM, Sérgio Roberto de Carvalho, o Major Carvalho.

O caso tem sido utilizado entre investigadores da PF para mostrar como a antiga política de repressão ao tráfico, cujo foco era a apreensão de drogas, não era eficiente. Nos últimos anos, a PF estabeleceu como diretriz de combate às organizações criminosas ligadas ao narcotráfico o foco na supressão financeira. Desde então, a PF tem batido recordes no valor apreendido de bens de traficantes. Em 2019, foram cerca de 650 milhões de reais bloqueados. Em 2020, o valor já alcançou a casa do 1,1 bilhão de reais.

Como afirmou o atual coordenador-geral de repressão a drogas e facções criminosas, os investigadores passaram a se valer de técnicas utilizadas em casos de corrupção, como a Lava Jato, para desestruturar as grandes facções e megatraficantes.

Dessa vez, em vez de mirar as drogas transportadas por Berri Júnior, a PF mapeou todos os métodos de lavagem de dinheiro do seu grupo e conseguiu bloquear cerca de 500 milhões de reais em bens no Brasil e no exterior. Para os investigadores, não mirar o produto do crime, ou seja, o dinheiro, resultou no surgimento de megatraficantes, como o ex-piloto de Beira-Mar e seu chefe, o Major Carvalho.

A investigação que deu origem a Operação Enterprise mostrou que Berri Júnior passou a ser o preposto do Major Carvalho aqui no Brasil, responsável por gerenciar alguns de seus vários núcleos de transporte de cocaína para a Europa e a África. Durante a apuração, a PF apreendeu 50 toneladas de cocaína.

Além de coordenar toda a “operação de aquisição e utilização de várias aeronaves para transporte de drogas entre Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Bahia, Rio Grande do Norte, Pará e Amazonas”, Berri Júnior também atuava na relação com integrantes dos portos das regiões Sudeste, Norte e Nordeste, de onde a droga era exportada.

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  1. Se a polícia federal continuar a atuar nessa linha do Juiz MORO e a polícia civil e militar ma repressão, certamente teremos sucesso nesse câncer q assola o país e o mundo. Vai pegar tb muito miliciano no caminho.

  2. E a PF ainda não pegou o fio da meada. Se eles investigarem as relações entre o PCC e os grileiros Bozistas, eu projeto que o atual governo não fica mais um dia sequer no poder.

    1. Bem precisa Lourival. Os próprios grileiros Bozistas já entregaram as suas conexões com o crime organizado. Cabe a PF investigar, seguir a rota do dinheiro e prender o Bozo. Simples assim. Somente uma mente doentia não consegue fazer as conexões. Sobre o Moro. O cara está roubando? Está cobrando rachadinha? Empregou funcionário público fantasma? Está fazendo alguma coisa ilegal? Se não, comentar o que? Eu prefiro gastar minha energia perseguindo ladrões e o Bozo é um deles. Você não acha?

    2. José, que tal testar seus colhões fazendo uma denúncia formal? Ah!, José, o Moro endeusado pelos ignorantes ou que miram apenas um lado da moeda, que come sabemos, são dois lados, que tal comentar sobre Moro ser um dos condutores da recuperação da OAS e da Odebrecht. Não é fofo, José?

  3. parabéns a PF que tem seguido o método implantado por Moro. Agora vem o mandrião dizer que depois que Moro saiu a produtividade aumentou

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