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“Eu tentei três vezes”, diz Theresa May em discurso de renúncia

24.05.19 11:32

“É e sempre será um grande motivo de tristeza para mim o fato de eu não ter sido capaz de entregar o Brexit”, disse a primeira-ministra Theresa May em um discurso em Londres.

Na manhã desta sexta-feira, 24, May renunciou à liderança do Partido Conservador. A partir da semana que vem, a agrupação iniciará o processo para sucedê-la à frente do partido e, como consequência, no cargo de primeiro-ministro.

“Em uma democracia, se é dado ao povo uma chance de escolher, então é dever (do governante) de implementar o que o povo decidiu”, disse ela, referindo-se ao referendo em que os britânicos votaram pela saída da União Europeia, em 2016. “Eu fiz tudo o que eu podia para tentar convencer os deputados a aceitar um acordo. Tristemente, eu não fui capaz de fazer isso. Eu tentei três vezes.”

May já avisou a rainha Elizabeth sobre sua intenção de sair. Ela ficará no cargo até que o Partido Conservador finalize a escolha do novo nome.

“Este trabalho foi a honra da minha vida. Fui a segunda primeira-ministra mulher, mas certamente não a última”, disse ela, em referência a Margaret Thatcher (1925-2013), também do Partido Conservador.

May terminou o discurso de maneira emocionada e com a voz embargada: “Eu não fiz isso de má vontade, mas com uma enorme e perseverante gratidão por ter tido a oportunidade de servir o país que eu amo”.

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  1. Achei uma pena ela sair. Uma senhora que parece ser muito íntegra e bem intencionada. Mas o Reino Unido também tem um PT liderado por Jeremy Corbin

  2. Ela deveria convocar uma manifestação popular "patriota" pois o parlamento não a deixa governar. Assim ela manteria o cargo e se eximiria da culpa por incompetência política. Como são estúpidos esses políticos ingleses!

  3. Os ingleses estão colhendo o que plantaram: não levaram a sério o referendo e deu no que deu. A própria Thereza May, que defendeu a permanência na UE, foi barrada por aqueles que foram a favor do Brexit! Políticos são todos podres, não importa o hemisfério. O UK ainda vai se arrepender, e muito, por esta decisão!

    1. Rafael e Jose. E o JB não vai largar o osso com facilidade. Vai corcovear na espora até sangrar. Felizmente temos o Morão. Temos de reconhecer, os ingleses entendem mais de política e são mais civilizados. Mas nós brasileiros vamos aprendendo.

    2. Rs! Jose, a principal questão é que somos presidencialistas e esses solavancos não seriam sem traumas, como são no parlamentarismo.

    3. Bem que o gesto da Terezinha de Maio poderia inspirar o Jair Kunda Bolsonaro, não?

    4. Boa análise, Joshua. E, apenas, complementando e ressaltando sobre o imbróglio da Irlanda do Norte: a proposta de transferir, com o Brexit, as fronteiras entre o Reino Unido e a República da Irlanda para o mar teria uma maior base pragmática, não prejudicando o acordo de paz, mesmo assim, feriu os brios puristas dos soberanistas britânicos.

    5. Enganos: o governo levou a sério o referendum, que votou pelo Brexit. Theresa May é conservadora e a favor do Brexit (caso contrário não teria sido 1o ministro). Ocorre que os conservadores não aceitam o acordo proposto pela UE e por May. Querem mais. O referendum foi manipulado por extremistas de direita, que assustaram os velhos e os interioranos. Boris Johnson e Nigel Farage dentre eles. Fazem parte dessa onda populista de extrema direita que está assolando o mundo.

  4. Então porque não convocou um novo referendo? Em 2016 ainda existiam muitas dúvidas, nem todos entenderam o significado do Brexit, um novo referendo seria a forma de confirmar a vontade dos britânicos.

    1. Ela é do partido conservador. Ela não quer o referendum. Mesmo porque seria derrotada em seu partido. Ela quer o Brexit e tentou negociar a saída, porém, um acordo que seu próprio partido rejeitou, além da oposição. A UE fez concessões dentro de um limite estreito. Os conservadores querem maior moleza. Há ainda o problema do Ulster (Irlanda do Norte), que é um imbroglio.

  5. É bonito o exemplo de hombridade e honradez de alguém devotado à causa pública e com sentimento patriótico ao se despedir, porque se reconheceu falho à missão. Até na queda a política inglesa é farta em grandes lições.

    1. Cati; espero que não escolham o Boris Johnson. Um lunático. Um dos pais do Brexit. A UE irá endurecer, se ele assumir. Penso que poderá haver forte pressão popular por um novo referendum, que os conservadores não querem, pois sabem que perderiam. Melhor solução: Brexit com REnegociação tipo Noruega.

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