Agência Brasil

‘Estão fazendo esculacho em cima do meu filho’, reclama Bolsonaro

16.05.19 13:57

O presidente Jair Bolsonaro (foto) disse nesta quinta-feira, 16, em Dallas, nos Estados Unidos, que as investigações sobre o filho, o senador Flávio Bolsonaro, visam atingi-lo. “Estão fazendo esculacho em cima do meu filho”, protestou o presidente manhã de hoje. “Querem me atingir? Venham pra cima de mim. Querem quebrar meu sigilo, eu sei que tem que ter um fato, mas eu abro o meu sigilo. Não vão me pegar”, afirmou.

Bolsonaro criticou a imprensa ao atacar a investigação sobre as movimentações financeiras de Flávio e do ex-assessor na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Fabrício Queiroz. Entre as pessoas que tiveram os sigilos bancário e fiscal quebrados a mando da Justiça no inquérito, estão oito assessores que o presidente teve quando era deputado federal.

“Você sabia que naquele grupo junto do Queiroz, tinha umas 20 pessoas, uns 20 funcionários”, afirmou o presidente, referindo-se a funcionários da Assembleia Legislativa do Rio que tiveram movimentações financeiras atípicas, segundo relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o Coaf, que originou a investigação da promotoria.

“O (assessor do) meu filho estava (com) 1,2 milhão, segundo o que o Queiroz teria movimentado. Na verdade é metade, porque o Coaf mostra o que entra e o que sai. Tinha uma senhora lá, empregada de um deputado do PT, que teria movimentado, na mesma circunstância, 49 milhões de reais. O que aconteceu com este deputado? Ele foi eleito neste ano presidente da Alerj, ninguém tocou no assunto. Façam justiça!”, criticou o presidente, referindo-se a André Ceciliano, deputado estadual do PT no Rio de Janeiro.

“Grandes setores da mídia, ao qual vocês integram, não estão satisfeitos com o meu governo que é um governo de austeridade”, acusou, na conversa com os jornalistas. “Desde o começo do meu mandato o pessoal está atrás de mim, o tempo todo usando a minha família. Quebram o sigilo de uma ex-companheira minha, que eu estou separado há onze anos dela, que nunca foi empregada no gabinete. Eu me pergunto, por que isso? Qual a intenção disso? 93 pessoas? Eu não quero acusar outras pessoas de nada, não, mas está escandaloso esse negócio, está escandaloso”, disse Bolsonaro, sobre as investigações.

A assessora do deputado Ceciliano a que Bolsonaro se referiu, Elisângela Barbiere, teria na verdade movimentado 26,5 milhões de reais por mês ao longo de seis anos. Ela foi exonerada em fevereiro. As transações dela e de outros dois assessores do presidente da Assembleia é que chegaram a 45 milhões de reais, segundo o Coaf.

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