Wilson Dias/Agência Brasil

Mulher de Queiroz repassou R$ 17 mil em seis cheques para Michelle Bolsonaro

07.08.20 14:00

Além dos 72 mil reais em cheques depositados por Fabrício Queiroz, a primeira-dama Michelle Bolsonaro recebeu em sua conta ao menos 17 mil reais por meio de seis cheques emitidos por Márcia de Oliveira Aguiar, esposa do ex-assessor de Flávio Bolsonaro.

As informações estão nos extratos bancários da conta que Márcia mantinha no banco Itaú e foram anexados à investigação sobre o esquema de rachid no gabinete do 01 de Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Os seis cheques foram depositados em 2011. No mesmo ano, como revelou Crusoé na edição desta semana, Queiroz repassou outros três cheques de 3 mil reais cada para Michelle. No total, entre 2011 e 2016, o ex-assessor do primogênito de Bolsonaro depositou 21 cheques na conta da agora primeira-dama.

No caso dos repasses feitos por Márcia Aguiar, o primeiro cheque foi compensado no dia 6 de janeiro, no valor de 2 mil reais. Os outros cinco são de 3 mil reais cada, compensados nos dias 2 de fevereiro, 4 de abril, 9 de maio e 8 e 29 de junho.

A esposa de Queiroz foi alvo de mandado de prisão na Operação Anjo, que investiga possível obstrução de Justiça praticada por Queiroz e assessores de Flávio Bolsonaro. Ela chegou a ficar foragida, mas teve o mandado de prisão suspenso pelo Superior Tribunal de Justiça, o STJ.

Os extratos obtidos por meio da quebra do sigilo bancário de Queiroz revelados com exclusividade pela reportagem de Crusoé nesta sexta-feira, 7, contrariam a versão apresentada pelo presidente na tentativa de justificar os pagamentos do seu amigo pessoal à primeira-dama. No dia seguinte ao escândalo, Bolsonaro justificou que o dinheiro era parte de um acerto de contas: Queiroz estaria pagando um empréstimo de 40 mil reais que ele havia feito ao faz-tudo da família. Além do valor ser maior do que o alegado — 72 mil reais –, em todos os extratos bancários de Queiroz não há um depósito sequer de Jair Bolsonaro. Assim, tudo leva a crer que, se houve de fato um empréstimo, ele foi feito em espécie, o que o livrou de ser registrado pelo sistema financeiro nacional.

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