Escolha de novos ministros do TSE pode ampliar divergências entre Barroso e Bolsonaro

O Tribunal Superior Eleitoral, presidido pelo ministro Luís Roberto Barroso, renovará parte de sua composição no próximo mês, quando os mandatos dos ministros Tarcísio Vieira de Carvalho e Carlos Horbach se encerram.

Eles ocupam os cargos na classe de advogados, indicados pelo presidente da República com base numa lista tríplice enviada pelo TSE e votada posteriormente pelo STF — cabe ao Supremo avalizar os nomes encaminhados pela corte eleitoral, o que normalmente acontece.

O processo de escolha dos candidatos está sendo conduzido por Barroso. Tanto para a vaga de Carvalho quanto para a de Horbach — neste caso, o posto é de ministro substituto –, Barroso pretende montar uma lista tríplice com duas advogadas que são consideradas nos bastidores como pouco simpáticas a Jair Bolsonaro: Marilda Silveira e Maria Cláudia Buchianeri.

Silveira é professora do Instituto de Direito Público, faculdade de Gilmar Mendes. Em entrevistas, ela já defendeu, por exemplo, o compartilhamento de provas do inquérito sobre as supostas ameaças a ministros no STF com os processos que buscam a cassação da chapa do presidente da República no TSE. Já Buchianeri defendeu a candidatura de Lula nas eleições de 2018. Outro nome mencionado para compor a lista tríplice é o da advogada Ângela Baeta Neves, que trabalhou na campanha de Henrique Meirelles em 2018.

Nesta semana, o STF já aprovou uma lista tríplice também para a vaga do ministro Sérgio Banhos, que completa seu primeiro biênio no cargo. Neste caso, a recondução do magistrado, nomeado por Bolsonaro em 2019, é dada como certa. Ao lado dele na lista estão os nomes de Horbach e Carlos Mário da Silva Velloso Filho, também ministro substituto da corte eleitoral.