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Empresário investigado por atos antidemocráticos irrigou campanhas bolsonaristas

21.11.20 08:25

O empresário Otávio Fakhoury (foto), investigado pelo Supremo Tribunal Federal pela suspeita de financiar atos antidemocráticos, doou 218 mil reais para campanhas de candidatos bolsonaristas.

Os políticos contemplados por Fakhoury exibem perfil semelhante: além de apoiadores incondicionais do governo, integram movimentos conservadores e propagam teses caras ao presidente Jair Bolsonaro, como o boicote ao isolamento social. Informações falsas, como a de que o uso da máscara contra a Covid-19 pode ser prejudicial à saúde, também são comuns nas redes sociais dos bolsonaristas patrocinados pelo empresário.

Fakhoury ajudou a bancar a campanha de 13 candidatos em São Paulo, São Bernardo do Campo, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Canoas. O maior beneficiado foi o candidato derrotado do Republicanos à prefeitura da capital paulista, Celso Russomanno. O deputado federal que despencou nas pesquisas depois de ostentar o apoio de Jair Bolsonaro recebeu 165 mil reais, em três parcelas de 55 mil.

Fakhoury doou quantias que variam de 3 mil a 8 mil reais aos outros doze candidatos. Clau de Luca, do PRTB, que disputou uma vaga de vereadora em São Paulo, recebeu 8 mil reais, mas não se elegeu. No dia seguinte ao pleito, ela usou as redes sociais para levantar suspeitas de que teria havido fraude nas eleições – tese rejeitada pelo Tribunal Superior Eleitoral, embora propagada pelo clã Bolsonaro.

Edson Salomão, do PRTB, presidente do Movimento Conservador e ex-chefe de gabinete do deputado estadual bolsonarista Douglas Garcia, de São Paulo, recebeu uma doação de 5 mil reais de Fakhoury. Apoiado pela deputada federal Bia Kicis, ele também não se elegeu vereador de São Paulo.

Outros candidatos apoiados pelo empresário, entretanto, conseguiram triunfar nas urnas. Fernanda Barth, eleita pelo PRTB, será vereadora de Porto Alegre. Líder do Movimento Avança Brasil, ela se classifica como “anti-esquerda pela vida, propriedade e liberdade”.

Já Paulo Eduardo Lopes, conhecido como Paulo Chuchu, ex-assessor de Eduardo Bolsonaro na Câmara dos Deputados, conquistou uma vaga de vereador em São Bernardo do Campo. Para a campanha dele, Otávio Fakhoury doou 5 mil reais.

O advogado de Fakhoury afirmou, em nota, que as doações foram devidamente declaradas e nos termos da lei. “O empresário Otávio Fakhoury consigna que sempre agiu de forma ética, lícita e, principalmente, em estrito respeito à Constituição Federal e ao Estado Democrático de Direito. Nada mais democrático do que participar legalmente de um processo eleitoral”, declarou.

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  1. Parece-me que doações empresariais foram proibidas pela nova legislação eleitoral, mas de pessoas fisicas, não. Há comprovação de qual tipo se trata nas denuncias acima?

    1. Há investigação sobre financiar os atos antidemocráticos, ocorridos bem antes das campanhas eleitorais. Já no período eleitoral, a revista apenas citou as doações para candidatos que possuem o perfil dos atos antidemocráticos.

  2. Comentário idiota e sem relevância atual nenhuma, considerando a necessidade de informações mais úteis. Crusoé tá virando uma Folha de SP.

  3. A reportagem superficial! Estou achando que as reportagens estão caminhando para cunho ideologia! Vc se continuar vcs perderão a Credibilidade que com seus assinantes!

    1. Tao usando aí os coments pra passar códigos estranhos nao?

  4. Qual a novidade? Quando vocês investigarem de fato os ruralistas grileiros de terra, vocês descobrirão quem foi o maior sócio do Bozo. Investiguem, investiguem!

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