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Em último ato, Lava Jato de SP denuncia cartel de empreiteiras batizado de Tatu Tênis Clube

29.09.20 20:28

Em seu último ato, a força-tarefa da Lava Jato de São Paulo denunciou nesta terça-feira, 29, cinco ex-executivos de grandes empreiteiras brasileiras que formaram um cartel para fraudar licitações em obras de transporte público em diversas capitais do país, entre 1998 e 2014.

Segundo a denúncia, o grupo formado por Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, OAS, Odebrecht e Queiroz Galvão atuou em 21 projetos e obras de construção e na ampliação de linhas de metrô e monotrilho em São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Salvador, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba e Porto Alegre.

Foram denunciados por crimes contra a ordem econômica os ex-executivos Benedicto Junior (Odebrecht), Márcio Magalhães Duarte Pinto (Andrade Gutierrez), Othon Zanoide de Moraes Filho (Queiroz Galvão), Saulo Thadeu Vasconcelos e Dalton Avancini (Camargo Corrêa).

Em 2004, diante do aumento da concorrência nas licitações de grandes obras públicas por conta da participação de empreiteiras menores, o grupo elaborou um documento contendo rigorosas normas de organização do cartel, por meio de uma espécie de estatuto, denominado “Tatu Tênis Clube”. O objetivo era manter o domínio do mercado e dividir as obras em consórcios.

O estatuto simulava a aparência de um campeonato real de tênis, em que
cada empresa era representada por um executivo cujo codinome relacionava-se a um famoso tenista. O então diretor de finanças da Andrade Gutierrez, Márcio Magalhães Pinto, por exemplo, era o “Guga”.

Segundo a denúncia da Lava Jato paulista, entre os projetos licitatórios afetados pelo cartel estão as obras das linhas 2, 4 e 5 do metrô de São Paulo, a linha 3 do metrô do Rio, a implantação do metrô em Belo Horizonte e Curitiba e a expansão da rede de trilhos de Porto Alegre.

“Com o cartel, as propostas dos licitantes eram feitas com preço acima da média, gerando prejuízo de bilhões aos cofres públicos”, afirma a procuradora Janice Ascari, que deixa nesta terça-feira, 29, a coordenação da força-tarefa do Ministério Público Federal em São Paulo.

O grupo de procuradores pediu demissão coletiva no início do mês, por discordar da conduta da procuradora Viviane Martinez, titular que recebe os casos da Lava Jato paulista. A procuradora é acusada pelos colegas de querer esvaziar a força-tarefa e, agora, ficará sozinha na função, que acumula mais de 100 investigações complexas envolvendo grandes esquemas de corrupção.

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  1. Gratidão à procuradora Janice e sua equipe demissionária que entram para a História por não calar e nem se dobrar à ação engavetadora da procuradora que prevarica conivente com os malfeitos tucanos - esta vai para o lixo da história.

  2. NÃO NOS ESQUECEREMOS DOS CRIMES BRONCOSSÁURICOS 🐀🐀🐀🐀 NAS URNAS!!!! E NEM DE ACOMPANHAR A IDA DE TODOS ESSES 🐀🐀🐀🐀🐀 RATOS EXECUTIVOS-EXECUTADOS PRA CADEIA!!!!

    1. E NEM DE FICAR COM OLHO VIVO TAMBÉM EM VOCÊ, VIVALDINA MARTINESTA!!!!

  3. Isso aí é “poder público”. Na iniciativa privada iam todos para o olho da rua. E viriam outros mais competentes e dispostos a colocar a “ mão na massa”. Deviam era mostrar trabalho, gostando ou não da chefe.

  4. E eu caí no lero do Bolsonaro que queria acabar com a corrupção e que não iria trocar indicações políticas por apoio do parlamento a seu governo, como fui tolo. Minha consciência estaria mais tranquila se tivesse anulado meu voto. Agora é tarde.

  5. É doloroso ver a Lava Jato naufragando no mar de iniquidades do nosso país. Bolsolixo TRAIU o povo brasileiro, afundando a LJ com o "torpedo" ARAS, aquele pau-mandado do Blixo. Acho que está na hora de botar os tanques nas ruas e FECHAR TUDO...

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