Presidência da República

Brasil vai ‘começar a renunciar’ a status especial na OMC

19.03.19 18:16

Um comunicado conjunto divulgado nesta terça-feira, 19, pelo governo americano, depois do encontro do presidente Jair Bolsonaro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (foto), deu mais detalhes sobre a redução de barreiras para o comércio e investimento entre os dois países.

O documento confirma o apoio dos Estados Unidos à entrada do Brasil na  Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a OCDE. Mas em troca, Bolsonaro vai “começar a renunciar” ao direito a tratamento especial buscado pelo país na Organização Mundial do Comércio, informou o texto distribuído pela Casa Branca.

Segundo o comunicado do governo americano, está prevista a importação de 750 mil toneladas de trigo americano a uma tarifa zero de impostos pelo Brasil. Além disso, os Estados Unidos enviariam uma missão técnica de avaliação das condições sanitárias da carne bovina brasileira para exportação. Também ficou acordada a criação de um fundo de 100 milhões de dólares para a Amazônia.

O governo Trump afirmou no documento que irá tomar os passos necessários para que o Brasil entre no programa de “viajante confiável”, que facilita a inspeção de estrangeiros pelo Departamento de Segurança Interna dos EUA quando estiverem entrando no país.

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  1. Para Bolsonaro pensar no travesseiro (e todos nós). A "guerra" mundial atual não é ideológica (nem militar), é econômico-tecnológica. Se fosse por ideologia os USA não estariam vendendo muito para a China e para os Árabes (não democráticos). O mundo é uma imensa FEIRA, onde todos querem vender para todos, numa competição pesadíssima. Colocar parâmetros ideológicos no comércio externo é vender para poucos e sem garantia de reciprocidade. O Brasil necessita de um PIB de 4% ao ano. Esse é o FOCO.

    1. Se conseguir 1.5% será um lucro imenso, dada a lentidão do governo em fazer a economia andar. Entendo o foco na previdência, mas o impacto será de longo prazo. Era necessário ter medidas urgentes de curto prazo para tirar milhares de pessoas do desemprego. Esta é grande lacuna que o governo não está interessado em preencher. Esta falta de ação é o que está minando as bases de apoio que o Bolso recebeu. O Guedes não tem a sensibiidade poliítica para isso, pois ele é de Chicago.

    2. Jose, está em curso uma desaceleração econômica mundial, nos USA, na Europa, na China. Ainda não há sinais de uma recessão, embora a economia chinesa esteja dando sinais de esgotamento (ritmo menor). Infelizmente, o Brasil poderá ser pego no contra-pé, portanto necessita de fazer a lição de casa rapidinho, para minimizar o impacto. Eis porque penso em um PIB de 1,5% em 2019, não mais, e se tudo correr muito bem. Se vier a recessão, o investimento aqui, ainda parado, poderá minguar.

    3. Um pais pode ser da OMC e OECD ao mesmo tempo. Concordo com você que é precipitado o Brasil perder as regalias da OMC agora. A economia do país ainda está muito ruim e não há nenhuma mudança positiva a vista. Além disso, dizem que uma nova recessão está próximo por causa da China. Neste ambiente, é melhor ter inteligência e prudência, duas coisas que não se encontra facilmente em Brasília.

    4. Jose, eu não disse isso. Disse que mudar requer competência. Digo que tudo deve ser bem medido para que não se cometam erros. Se a decisão fosse minha, eu continuaria ainda na OMC, ao menos até tornar o Brasil um país de maior peso econômico-político internacional e construir maiores vantagens competitivas, que temos apenas e sobretudo no agribusiness e em celulose de fibra curta de eucalipto. Deve fazer parte de uma estratégia do país e não uma decisão tomada nas coxas.

    5. Joshua, Creio que você está superestimando em muito a OECD. Hoje ela não passa de um instituto de pesquisa, com nenhuma decisão política. Como eu escrevi, ela está atrás de novos membros para ratear as despesas. É assim que funciona. Além disso, eles já fazem pesquisas sobre o Brasil e outros países já há algum tempo. Basta olhar os relatórios gerais deles.

    6. Cirval, China, Rússia e outros países permanecem como países em desenvolvimento, e muitos estão na OMC, pelas salvaguardas que a OMC dá a seus membros, podendo até aplicar retaliações contra as grandes economias. o Brasil já ganhou disputa contra os USA no caso de algodão, anos atrás. Sair da OMC e ir para a OCDE não é coisa pouca, não. Requer competência.

    7. Cirval: Trump não está errado em exigir contrapartidas ou vantagens para seu país. Ele é americano e pensa em America First. Nós é que devemos estar preparados para saber negociar e tirar vantagens para o Brasil. Economia-política internacional não é convescote de donzelas virgens. É jogo pesado. Quem pode mais, leva a melhor parte da carne, quem pode menos rói apenas os ossos. O lobo mais fraco da matilha passa fome, sempre.

  2. Quem achava que elogiando o Trump o Bolsonaro conseguiria tudo de graça estava redondamente enganado. Na hora H Trump sempre exige uma contrapartida que beneficie os EUA. Alguém acha que o Kim Jong Un desistiu do acordo com os EUA por acaso? Preferiu ficar encostado na China, a qual achou mais confiável. É importante que o Brasil seja membro da OCDE, mas deveria estar raciocinando o por quê da China e da Rússia permanecerem no rol dos países em desenvolvimento. É necessária minuciosa análise.

  3. Exemplo: A Alemanha é a 4a economia mundial.Todo ano faz superavit comercial de 200/250 bilhões de euros (o que deixa o Trump puto da vida..rrrsss..). É um país unido, comercial-industrial de alta tecnologia. Seus grandes clientes: USA, China, Europa, e outros mais. Não tem uma gota de petróleo (seu calcanhar-de-aquiles histórico). Faz parte da OTAN, da OCDE, do Ocidente. Pensa primeiro em si e comanda a U.E. São hábeis negociantes desde a Liga Hanseática (1241) e antes com os Vikings. Lição...

  4. Dica para as nações fogosas emergentes e solteiras: Pensem bem. Uma opção é casar com um único noivo rico e poderoso, com separação total de bens e desigualmente. Outra opção é continuar solteira e bela e namorar todo mundo, mantendo sua independência e ficando rica com os presentes e as oportunidades que surgirem. Ideologias à parte, because business is business...and money makes the world go round...

    1. ÉLIDE: no amor entre pessoas isso seria possível, mas não tão fácil, assim mesmo. Quanto à geo-política, contam apenas os interesses de cada um, e, quem pode mais, chora menos.

    2. Joshua Este é um ponto muito difícil de entender para quem está cego pela ideologia, tanto a direita como à esquerda. Na verdade, os bozistas são tão confusos que não sabem nem o que fazem. Até o Olavinho andou perguntando qual é a deles. Você conhece algum capitalista conservador? Só se for os que vivem de subsídios.

    3. Boa sua metáfora. Bom mesmo seria casar com alguém confiável, que não cerceasse sua liberdade, fosse companheiro, porém respeitasse sua independência de decisão e comportamento. Relações abusivas nunca terminam bem.

  5. CONTINUAÇÃO... Notícia recente: a China recusou homologar frigoríficos brasileiros como fornecedores de carnes para aquele país. Uma possível retaliação. Entramos na guerra comercial, pergunto. Lição: devemos tratar bem todos os clientes.

    1. Joshua O problema do governo atual é que ele se perde na politica dos costumes ao invés de focalizar nas reformas necessárias para transformar o Brasil em um país de fato liberal e capitalista. Conservadorismo não combina com liberalismo e nem com capitalismo, cuja mola mestre é inovação e, portanto, mudança de costumes. Quando vi o Bolso colocando criacionistas no Ministério da Educaçãop ao invés de cientistas, perdi a esperança de que este governo fará alguma coisa impactante.

    2. Jose, PARA ENCERRAR. O Brasil nunca teve forte personalidade. Tentou no governo Geisel, mas fechou a economia (devido aos empresários chapas-brancas) e se perdeu. Tentou no governo FHC, mas os erros desse governo elegeram Lula. Vejo uma possibilidade de criar uma personalidade mais firme com esse governo novo, com o fundamental apoio dos militares, desde que tenha uma linha mestra bem definida. Mas, sinto que ainda "estão buscando a porta do banheiro do palácio e disputando quartos"....rrsss....

    3. Jose, concordo em algo com você. O governo JB ainda está fraco e amadorístico, faltando amadurecer e engrenar ritmo e rumo. Eu digo ainda, pois espero fortemente que melhore, para o bem do país. Necessitamos urgentemente de bons resultados e não mais de crises.

    4. Você acertou na mosca. Qual a nossa personalidade? Temos mantido esta personalidade íntregra?

    5. As conexões não são automáticas, mas dinâmicas. Podem mudar a qualquer momento. O que descrevi é um snapshot da situação atual. Se você colocar estas relações em uma figura com o Bolso no centro vc verá que não tem nada simples, mas sim uma grande confusão de planos e influências.

    6. CONTINUAÇÃO: Jose, da mesma forma que GM e Ford exercem influência no segmento automobilístico daqui. 3 - Quanto a Eduardo Bolsonaro, um amador, admirar a extra direita americana, Steve Bannon, Olavo de Carvalho, isso provoca ruído no governo do pai, concordo, mas o establishment brasileiro é maior que isso. Conclusão: as relações internas e mundiais são por demais complexas e interferentes. Importante é um país manter sua personalidade íntegra. Fácil não é. Os alemães são mestres nisso.

    7. Jose, não concordo com tais conexões "automáticas". O mundo atual, de poder multipolar é muito mais complexo. E está em mutação dinâmica com a entrada da China no Mercado (desde 1980). A "guerra" pelo poder mundial não é mais bélica, tornou-se econômica (e tecnológica). 1 - Se Trump admira Putin, isso não muda o poder político-econômico americano. O establishment americano rejeita a Rússia. 2- A China é o maior cliente brasileiro, logo exerce influência nos dois segmentos. CONTINUA...

    8. Joshua Para sua reflexão: Geopolítica mundial: Putin manda no Trump que manda no Bolso Geopolítica comercial: China manda nos ruralistas e mineradoras que mandam no Bolso Geopolítica de costumes: Klan manda no Dudu Bozokid que manda no Bolso Tente fazer sentido desta confusão. Boa sorte.

  6. Os esquerdistas e petistas que sempre quiseram emperrar o pais atrelando-o à Venezuela, Cuba, Rússia etc estão soltando fogo pelas ventas com o que o Bolsonaro conseguiu aos menos de 60 dias de governo. A OCDE está bem mais próxima de Bolsonaro do que dos esquerdistas que desgovernaram o país desde FHC, inclusive.

  7. Trocar o existente e certo por uma promessa requer primeiro garantir a passagem e, depois, desmobilizar paulatinamente a opção antiga. Nada de precipitações. Ainda é muito cedo para começar a ceder o terreno. Canja de galinha e prudência não fazem mal a ninguém, pelo contrário.

    1. Embora a ideologia chinesa não seja a mesma do Brasil, a China representa 30% das exportações; os USA metade disso, mais ou menos. Ninguém em sã consciência chutaria o maior cliente, por razões ideológicas, e ficaria a ver navios. . Assim, o país deve manter a China como cliente, mas reduzir sua participação percentual com novos clientes ou ampliações dos existentes. Mais clientes, eis a saída. Perder a China e os Árabes quebra o agronegócio e afunda a Sadia/Perdigão. CONTINUA...

  8. Antes de comentar li os comentários dos outros assinantes e vi que muitos são experts no assunto em pauta. No entanto, o nosso super ministro da economia é considerado um dos melhores e admirado mundialmente, daí se houve essa troca de OMC pela OCDE deve ser vantajosa para o Brasil. Acredito mais nele.

    1. GiGi, a opção pela OCDE requer passar em um vestibular de qualidade, em que o problema fiscal do país esteja equilibrado, além de inflação, câmbio, abertura comercial, etc... É vantajoso se o país souber fazer a lição de casa prévia e manter o status.

    2. Parece que você realmente não leu e nem entendeu o assunto. Não há troca alguma.

  9. Vamos aguardar, o Trump já chamou o Kim de amigo e inimigo no mesmo dia, temos que quebrar amarras, mas sem soltar as pregas, cuidado.

  10. Continuar na faixa de esmola da OMC era necessário antes mesmo desse acordo. O Brasil tem que crescer politicamente e deixar a esmola para quem precisa.

  11. Com a carga tributária do Brasil perdemos Bilhões em.vendas/trade para pagamento de impostos. Tirar o Governo Federal de dentro das empresas, é o "Fair play" para os negócios do Brasil nos EUA. E de lá para cá...

  12. Estranho. Estamos pagando muito caro pelo que parecem esmolas ou favores dos EUA. Sou a favor de uma aproximação, mas **não de submissão**.

  13. A Amazônia vai custar 100 milhões de dólares... pechincha? Isto é ganhar a camisa 19 (décimo nono reserva) e retribuir com a 10 (tiular com estrelinha).

    1. Se não tem conhecimento mínimo sobre o assunto como pode confiar no discurso dele? É cada comentário, viu.

  14. O desmame tem que ser aos poucos, mas se a corrupção for reduzida a níveis mínimos, ela já vai começar o processo. Será preciso muito mais, mas dá pra chegar lá, apertando nos lugares certos, o carro vai cantar.

  15. Uma situação ė certa, o Brasil nunca mais será o mesmo depois de Jair Bolsonaro presidente. Para os chorões e exploradores da Viúva, mais lenço.

    1. O Brasil está abrindo mão da única proteção que tinha contra guerras comerciais de outros países. O pais está preparado para brigar? Possui produtos insubstituíveis? Possui capacidade de influenciar o mercado a seu favor? Até agora ninguém respondeu ou avaliou isso.

  16. Super legal. Vai sair na Globo!!! O bosta do Reinaldo Azevedo acaba de indicar que doravante estaremos fritos. Por favor, deixem aquela coisa esquisita ser notícia.

    1. ...Deve ficar aqui dentro e ajudar os outos brasileiros a mudar o nosso país.

    2. Nenhum brasileiro deve entrar ilegalmente em qualquer país.

    3. Foram estes ilegais que se arriscaram muito para votar em massa no Bolso durante as eleições. Eles merecem o que ganharam! Um bando de bozistas foras da lei...

    4. Comentários imbecis como o seu mostram quão apoucado o esquerdopata é - Eduardo Bolsonaro, assim como Trump e qualquer outra pessoa minimamente sensata, são contra a imigração ILEGAL. E foi exatamente isto que Eduardo ao chamar imigrantes ilegais brasileiros de VERGONHA - o que é mais do que óbvio, já que qualquer ilegal está fora da lei.

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