Claudio Fachel/Palácio Piratini

Em recado ao PT, Tarso Genro diz que esquerda precisa acabar com ‘hegemonismos impostos’

05.12.20 16:02

Voz crítica dentro do PT, o ex-governador gaúcho Tarso Genro (foto) disse que o trágico resultado do partido nas eleições municipais deste ano reflete a crise da “constelação das esquerdas” no mundo e defendeu o fim de “hegemonismos impostos” e “nomes impositivos para a Presidência” para que a esquerda brasileira volte ao poder.

“O resultado das eleições não foi bom, efetivamente, para o PT, mas
esta não é, certamente, uma questão específica da esquerda brasileira.
Em todo o mundo há um recuo na efetividade eleitoral dos partidos de
esquerda, bem como a ascensão de partidos de direita ou de partidos
social democratas ‘flexibilizados'”, disse Genro a Crusoé.

As eleições municipais encerradas no domingo, 29, marcaram o crescimento expressivo de partidos de centro-direita, como DEM, PP e PSD, e a derrocada do PT, que não conquistou nenhuma capital pela primeira vez na história e encolheu ao tamanho que tinha 20 anos atrás em número de prefeitos. Apesar disso, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse que o fundo do poço foi em 2016.

Para Genro, “há uma crise de perspectivas em toda a constelação das esquerdas no mundo e na própria democracia representativa”, que, segundo ele, é “assediada pelo autoritarismo e pelo romantismo protofascista”. Segundo ele, é preciso mudar. “Acho que o recado é o de Goethe: os tempos, as classes, as formas de opressão mudaram, tudo mudou, então, ‘transmuda-te ou morre'”.

Ex-ministro da Educação e da Justiça nos governos Lula, Genro diz que só enxerga uma saída para os partidos de esquerda, que seria “interagirem
entre si e formularem um programa mínimo unitário, que possa cativar
uma ampla base social”. Com um detalhe que é um recado ao seu próprio partido: “sem hegemonismos impostos ou pré-concebidos e sem nomes impositivos para a Presidência”.

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