Em processo do sítio de Atibaia, perícia conclui que Petrobras abasteceu caixa de propina da Odebrecht

16.05.18 16:24

Uma perícia da Polícia Federal concluiu que o setor de propinas da Odebrecht usou dinheiro da Petrobras para compor um caixa único e distribuir os seus pagamentos ilegais.

A perícia faz parte da ação que julga o caso do sítio de Atibaia, na qual o ex-presidente é acusado de receber propina por meio de reformas bancadas pela empreiteira na propriedade.

A conclusão é uma importante vitória para o juiz Sergio Moro, que com frequência é acusado por políticos e advogados de atuar indevidamente em processos da Lava Jato que não teriam relação direta com os desvios na Petrobras.

“Esse caixa único tem como fonte diversas obras, tanto no Brasil quanto no exterior, inclusive da Petrobras”, diz o documento.

A perícia até desenhou o esquema:

 

Perguntados se os recursos usados pela Odebrecht para pagar a reforma do sítio de Atibaia têm relação com o dinheiro desviado na Petrobras, os peritos responderam que não conseguiram localizar nos sistemas da empreiteira referências diretas à obra. Os delatores da própria Odebrecht, porém, dizem que sim. Segundo eles, nos sistemas internos a reforma do sítio era identificada pelo termo “Aquapolo”.

Sobre esse termo, especificamente, a perícia encontrou registros contábeis no sistema da Odebrecht. Diz o laudo: “É possível vislumbrar quatro registros financeiros de entrada na Obra UO011203 – AQUAPOLO. Com base no Número de Lançamento (coluna “Lanc.”), em destaque na referida figura, foi possível localizar os quatro lançamentos em outro relatório disponibilizados pelo MyWebDay, a saber: FDD0073 – LANÇAMENTOS DE ENTRADA POR OBRA”. Os quatro lançamentos somam 700 mil reais.

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