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Com partido rachado, Amoêdo desiste de pré-candidatura à Presidência

10.06.21 23:07

Em meio a uma disputa interna, o Partido Novo anunciou nesta quinta-feira, 10, que o empresário João Amoêdo (foto) desistiu de sua pré-candidatura à Presidência da República, menos de dez dias após ter aceitado convite para concorrer ao Palácio do Planalto pela segunda vez.

Em sua conta no Twitter, a legenda afirmou que Amoêdo “repensou e declinou do convite feito pelo partido para que ele fosse pré-candidato a presidente da República” e informou que continuará “trabalhando na construção de uma alternativa ao bolsopetismo para 2022”.

Na semana passada, uma ala do partido lançou o nome do deputado Tiago Mitraud como pré-candidato concorrente de Amoêdo, que deixou a presidência do Novo em março do ano passado por divergências com a bancada da sigla na Câmara dos Deputados.

“Na minha avaliação, a ausência de um posicionamento transparente, firme e célere da instituição, neste processo, demonstrou a falta de unidade do Novo quanto ao propósito para 2022”, escreveu Amôedo no Twitter.

A decisão do fundador do Novo foi tomada nas últimas 24 horas. Na quarta-feira, 9, Amoêdo concedeu uma entrevista a Crusoé como pré-candidato do partido a presidente. A entrevista seria publicada na edição desta semana.

Questionado sobre a opção por concorrer ao Palácio do Planalto pela segunda vez, ele respondeu que a situação do país está ainda pior do que em 2018. “Em 2022, teremos um país mais destruído, com instituições fragilizadas, o meio ambiente numa situação pior, contas desequilibradas e mais cidadãos na pobreza. Portanto, a escolha de Bolsonaro foi errada. A gente precisa apresentar outra opção, até porque o PT voltará mais forte, por causa dos resultados desastrosos das políticas de Bolsonaro. Resolvi me colocar como uma opção de fato para construir um Brasil diferente. Ainda é preciso derrotar o PT. Bolsonaro não foi uma solução para isso”, afirmou.

Amoêdo contou que tinha tomado a decisão de se candidatar após receber o convite dos diretórios estudais do partido. Ele também disse que via com bons olhos uma candidatura do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, para a Presidência da República, mas que o governador “aparentemente está pensando em sua reeleição no estado”.

Sobre a possibilidade de políticos de centro se unirem em torno de uma candidatura que possa representar uma terceira via, Amoêdo afirmou que isso seria muito difícil de ocorrer no primeiro turno das eleições. “No primeiro turno, nós competiremos com Bolsonaro. No segundo, provavelmente será contra o PT. Entendo que a união do bloco de centro-direita pode ocorrer. Devemos trabalhar isso antes do primeiro turno. Mas será muito difícil que isso aconteça já na largada. Primeiro, porque as pesquisas mostram que, entre os nomes, não há uma liderança clara. Estão todos muito embolados, praticamente dentro da margem de erro. Segundo, porque as agendas e os tempos de cada candidato são muito distintos. Muitos não definiram se sairão para concorrer ou não têm partido, como Luciano Huck e Sergio Moro. Outros ainda têm disputas internas nos partidos pela frente, como o pessoal do PSDB. Não sabemos se o DEM lançará um candidato, embora essa não seja a tradição do partido”.

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