Adriano Machado/Crusoé

Em audiência no Congresso, Guedes diz que sistema tributário é ‘um manicômio’

05.08.20 11:45

O ministro da Economia, Paulo Guedes, participou de uma audiência pública virtual sobre a reforma tributária nesta quarta-feira, 5. No debate, organizado pela comissão mista do Congresso, Guedes garantiu que não haverá aumento de impostos, mas simplificação e redução. Ele classificou o sistema brasileiro como “um manicômio tributário” e afirmou que a equipe econômica tem negociado com governadores a ampliação da proposta para os estados e municípios.

Paulo Guedes citou durante a audiência pública o alto volume de isenções fiscais concedidas a centenas de segmentos econômicos. Hoje, o total de benefícios tributários soma mais de 300 bilhões de reais. “Quem tem poder político consegue desoneração aqui em Brasília”, afirmou o ministro da Economia.

Ele citou ainda a existência de um contencioso que soma de 3,5 trilhões de reais. São tributos cobrados pelo governo e questionados pelos contribuintes nas esferas administrativa e judicial. “Quem tem poder econômico simplesmente não paga e entra na Justiça. É a demonstração de um sistema tributário perverso, ineficiente, literalmente um manicômio tributário”, disse o chefe da pasta.

Guedes pediu ao Congresso ajuda para “simplificar, melhorar a progressividade e tornar eficiente e moderno nosso sistema tributário”. “Não vamos aumentar impostos. O povo já paga impostos demais, saímos de 18% do PIB há 30, 40 anos e hoje estamos em 36%, muito acima dos países em desenvolvimento. E não há contrapartida”, argumentou o ministro.

Sobre a inclusão de estados e municípios na reforma, Guedes disse que a “equipe econômica apoia totalmente a ideia”, mas afirmou que é preciso “respeitar o espaço dos governadores, eles que têm que decidir se querem vir junto ou não e o Legislativo determinará acoplagem ou não”.

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  1. Para calar a boca da canhotada, o Paulo Guedes deveria apresentar o esboço da Reforma Tributária completa. De forma transparente, mostrar para cada atividade o que vai acontecer. Equipe preparada para isso ele tem. Assim todos iriam para as ruas apoiar, como foi feito com a Previdência.

  2. Concordo: o manicômio tributário tem a conivência desse governo... Por outro lado, a nova CPMF é o IMPOSTO DO CARTÃO, enquanto a antiga era o IMPOSTO DO CHEQUE...

  3. A classe média vai ser penalizada para benefício das empresas.Espero que gerem muitos empregos pois a economia vai sentir falta do dinheiro que será extorquido pelo estado.A parcela que vive com dignidade vai bancar isso

    1. Discordo a confusão tributária atual tira da classe média, o que tem poder econômico e político não paga, entra na justiça e enrola. Tem que simplificar um imposto jnico sobre movimentação financeira todos vão pagar e não poderão fugir.

    2. Tem razão, sempre arrebenta no lombo da classe média, faz muito tempo que falam em diminuir a alíquota, mas nem para corrigir a defasagem esse povo presta.

  4. Concordo com o Guedes. Entretanto, o manicômio é o governo do Bozo. Só tem doido! Mataram mais de 90000 pessoas e ainda acham que nada aconteceu!

  5. Em 1984, fui aluno do professor Paulo Guedes. À época um liberal, ele criticava fortemente a duplicidade de autoridades monetárias no Brasil. Hoje, não mais tão liberal, ele quer aumentar impostos. E dizem que o passar dos anos nos deixa sábios.

  6. Pior que o Guedes quer aumentar imposto para o programa Renda Brasil. Tirar a dedução de despesas médicas, a gente ja nao tem retorno nenhum do governo, melhor falar a vdd, q quer aumentar impostos.

  7. Concordo plenamente com Guedes: Quem tem poder posterga e/ou não paga impostos. O assalariado é quem mais sai prejudicado. É óbvio que dinheiro na mão do trabalhador gera consumo e consequentemente impostos. Outra coisa que precisa acabar são os penduricalhos que não incidem IR

  8. Concordamos, todos, com o Ministro, que infelizmente ainda não indicou um candidato forte para exercer função de liderança no BID. O caos, notem, não se cinge ao sistema tributário, que encontra na geleia real da impunidade e no Estado obeso e disfuncional nutrientes essenciais à sua preservação. Tem razão o Ministro. No Brasil se ataca a Lava Jato -- que consegue recuperar dinheiro público roubado por larápios fantasiados de políticos. Ao mesmo tempo, os "Pudê" afagam bandidos impenitentes.

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