Foto: Marcos Corrêa/PR

Dois pesos, duas medidas: nos estados, bolsonaristas barram CPIs

18.04.21 10:10

Desde que a CPI da Covid virou uma ameaça real ao seu governo, o presidente Jair Bolsonaro não tem medido esforços para que a comissão investigue também a atuação dos governadores e prefeitos durante a pandemia, como forma de equilibrar o jogo e evitar maiores desgastes para ele.

O discurso, no entanto, contrasta com a atuação de deputados e vereadores bolsonaristas nas assembleias legislativas e nas câmaras municipais. Contrariando a narrativa de Bolsonaro, os parlamentares ligados ao presidente têm tido papel preponderante para barrar as comissões parlamentares de inquérito.

Há dois casos ilustrativos. No Amazonas, estado governado pelo aliado do Planalto Wilson Lima, do PSC, parlamentares de oposição tentam emplacar uma CPI justamente para apurar o uso da verba federal enviada ao estado. Porém, a bancada governista, composta principalmente por apoiadores do presidente da República, tem conseguido brecar a investigação.

“O governador tem se empenhado muito contra a CPI porque quer evitar desgastes. Para isso, está distribuindo cargos e secretarias com o objetivo de barrar a investigação”, conta o deputado estadual Dermilson Chagas, do Podemos, um dos autores do requerimento para investigar as suspeitas de desvio.

No Distrito Federal, a base que apoia o governador Ibaneis Rocha e o presidente Jair Bolsonaro manobra para impedir a instalação de uma versão local da CPI da Pandemia. Apesar de ter assinaturas suficientes, a comissão não foi instalada.

Autor do pedido, o deputado distrital Leandro Grass, da Rede, afirma que a atuação dos bolsonaristas da Câmara Legislativa foi fundamental para impedir a abertura da investigação. “Parlamentares alinhados ao presidente sequer assinaram o requerimento. Além disso, o presidente da Câmara Legislativa, do partido do governador, mesmo com os requisitos preenchidos, insiste em não instalar a CPI”, diz Grass.

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