Adriano Machado/Crusoé

Dodge pede a PF investigação unificada de ataques a celulares de procuradores

12.06.19 18:53

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge (foto), enviou nesta quarta-feira, 12, um ofício ao diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, pedindo que todas as investigações sobre ataques aos celulares de procuradores da República sejam unificadas.

A medida foi tomada depois de vir à tona que até o celular do conselheiro Marcelo Weitzel, do Conselho Nacional do Ministério Público, foi alvo de ataque na noite desta terça-feira, 11, episódio que a procuradora-geral também pediu para ser investigado. Dodge ainda cobrou do diretor-geral da PF informações sobre o andamento das investigações que foram instauradas desde que os procuradores das forças-tarefa da Lava Jato em Curitiba e no Rio de Janeiro relataram os ataques, ainda em maio.

A PF tem ao menos quatro inquéritos em andamento sobre o tema, instaurados em Curitiba, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, onde funcionam atualmente as principais forças-tarefa do Ministério Público Federal.

Os relatos dos ataques indicam um modus operandi semelhante, por meio do qual o hacker consegue acessar o aplicativo Telegram dos procuradores como se tivesse clonado o número do titular da conta. Os episódios começaram ainda em abril, e foram relatados à Polícia Federal e à Procuradoria-Geral da República, que instaurou em maio um procedimento administrativo por meio da Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicação, para acompanhar os desdobramentos do caso, compartilhar informações com a polícia e reforçar a segurança dos membros do Ministério Público Federal.

Após os ataques, o site The Intercept Brasil divulgou no domingo, 9, trechos de supostas trocas de mensagens no Telegram entre o coordenador da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, e o ministro da Justiça, Sergio Moro, quando ainda era juiz, além de diálogos atribuídos aos próprios procuradores pelo aplicativo.

Em comunicado interno enviado aos procuradores, a secretaria informou que os ataques às estruturas do MPF são comuns, e pediu aos integrantes do órgão que redobrem a atenção, adotando procedimentos de checagens em duas etapas para acessar os aplicativos de mensagens como Telegram e Whatsapp. Também foi recomendado que os procuradores usem o software próprio desenvolvido pelo MPF para trocas de mensagens, o eSpace.

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