Alan Santos/PR

‘Diplomacia Maradona’ quebra gelo entre Brasil e Argentina

06.12.20 16:02

O Itamaraty assinou o livro de condolências aberto pela embaixada da Argentina no Brasil em razão da morte de Diego Maradona, ocorrida no último dia 25. O gesto foi bem recebido pelos hermanos, e marca uma tentativa de reaproximação entre as duas grandes potências da América do Sul, distantes por divergências entre o governo Bolsonaro e a Casa Rosada.

A cortesia da diplomacia brasileira ocorreu na mesma semana em que Jair Bolsonaro se encontrou com Alberto Fernández por videoconferência no Dia da Amizade Argentino-Brasileira, data em que o chefe do Planalto expressou diretamente seus pêsames ao mandatário argentino. Bolsonaro, que gosta de futebol, não entrou no mérito político de Maradona, que era amigo pessoal de adversários do presidente, como Nicolás Maduro.

Além das caneladas distribuídas por Bolsonaro e seus filhos ao governo peronista, também são motivo de divergência entre Brasil e Argentina os rumos que o Itamaraty e o Ministério da Economia querem imprimir ao Mercosul. Na conversa com Fernández, o presidente brasileiro pediu “mecanismos mais ágeis e menos burocráticos” para o bloco comercial sul-americano.

No centro da divergência estão duas bandeiras de Brasília: a celebração de acordos de livre-comércio com mais países e blocos econômicos e a reforma da tarifa externa comum do Mercosul, taxa que é aplicada a todas as importações vindas de países de fora do bloco. Os argentinos acreditam que uma diminuição da tarifa pode comprometer sua indústria. A preocupação é a mesma com o acordo comercial que o Brasil tenta emplacar com a Coreia do Sul.

Em abril, o governo Fernández chegou a anunciar que estava saindo das negociações do Mercosul com terceiros, mas depois recuou e pediu para participar, desde que possa adotar algumas flexibilizações e medidas protecionistas nos acordos que venham a ser costurados. Na prática, o assunto ainda está pendente.

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  1. Em breve, teremos a foto completa do estrago das esquerdas na economia da Argentina. E ai, como vamos compactuar com um sistema político atrasado, retrógrado e incompetente ? Pobres hermanos !!!

  2. O louco, depois de caçar encrenca com um País amigo e atrasar negociações, começa a fazer o que deveria ter feito dois anos atrás. É um incompetente, inconsequente da pior espécie!

  3. O PR. Bolsonaro e sua equipe de ministros foi o que de melhor aconteceu nestes últimos 35 anos pós governo militar. Já está eleito em 2022 para mais 4 anos. Em 2026, provavelmente o ministro Tarcísio assume o leme da nação.

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