Adriano Machado/Crusoé

Delegados da PF esperam represália com pedido de inquérito sobre Toffoli no STF

11.05.21 21:25

A Polícia Federal enviou ao ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, um pedido de abertura de inquérito para investigar supostos pagamentos ilícitos ao ministro Dias Toffoli (foto) que foram objeto da delação premiada do ex-governador do Rio Sérgio Cabral.

O pedido de investigação, revelado nesta terça-feira, 11, pelo jornal Folha de S.Paulo e confirmado por Crusoé, foi encaminhado ao STF na semana passada pelo delegado do caso, sem o conhecimento da nova cúpula da PF, que foi trocada pelo presidente Jair Bolsonaro no mês passado. Toffoli e Bolsonaro se aproximaram após o inicio do governo.

Fontes da PF ouvidas por Crusoé relataram que o clima na corporação ficou tenso após o pedido de investigação do ministro, fato inédito no Supremo, e já esperam retaliação ao delegado que decidiu pedir autorização para investigar Toffoli, como ocorreu com os procuradores da República que tentaram apurar a relação do magistrado com as empreiteiras Odebrecht e OAS, como mostrou Crusoé em setembro do ano passado.

Desta vez, Sérgio Cabral afirma em sua delação que Toffoli recebeu cerca de 4 milhões de reais para favorecer dois prefeitos do estado do Rio em processos no Tribunal Superior Eleitoral, onde o ministro ocupou uma cadeira entre 2012 a 2016. Os repasses teriam sido feitos por meio do escritório da advogada Roberta Rangel, mulher de Toffoli, entre 2014 e 2015.

Em nota à imprensa, Toffoli disse “não ter conhecimento dos fatos mencionados” e que “jamais recebeu os supostos valores ilegais”. O ministro Edson Fachin, que homologou o acordo de delação premiada fechado por Cabral com a PF, em fevereiro do ano passado, encaminhou o pedido de abertura de inquérito para a Procuradoria-Geral da República emitir seu parecer. No passado, a PGR recusou celebrar acordo de colaboração com o ex-governador do Rio.

Os comentários não representam a opinião do site. A responsabilidade é do autor da mensagem. Em respeito a todos os leitores, não são publicados comentários que contenham palavras ou conteúdos ofensivos.

500
Mais notícias
Assine agora
TOPO