Divulgação

Defesa do feminismo, dos livros e da maconha: as causas das 331 candidaturas coletivas

28.09.20 12:30

As eleições municipais de 2020 consolidaram um fenômeno que começou em 2016 e ganhou espaço em 2018: as candidaturas coletivas. Na disputa passada, duas chapas foram eleitas com a proposta de levar às Assembleias Legislativas um grupo de pessoas em vez de um único representante. Em São Paulo e em Pernambuco, coletivos conquistaram mandatos de deputado estadual, ambos pelo PSol.

Este ano, há 191 candidatos registrados pelo Tribunal Superior Eleitoral que usam no nome de urna a palavra “coletivo”, outras 55 candidaturas com a expressão “bancada”, 13 que usam “mandato” e 72 chapas registradas com as palavras “juntos” ou “juntas”. No total, 331 candidatos a vereador usaram essas expressões no nome da urna. Em Natal, o PSol lançou uma candidatura coletiva para a disputa da Prefeitura da capital do Rio Grande do Norte (foto).

Na lista das chapas, há candidaturas de bancadas antifascistas, feministas, comunitárias, ativistas, LGBT, cidadãs, do livro, das mulheres, das humanas, da diversidade, além da bancada revolucionária. Candidato a vereador da Câmara Municipal de São Paulo, o Ganja Coletiva se autodenomina “um grupo de cannabistas que quer avançar sobre a cortina de fumaça que toma conta da política brasileira”. O coletivo pretende discutir a política de drogas do Brasil.

São Paulo tem pelo menos 17 candidaturas coletivas. Além da chapa que defende a legalização das drogas, há coletivos com bandeiras feministas e comunitárias. No Rio de Janeiro, o Cidadania lançou a candidatura da Bancada do Livro – um grupo de artistas e professores que defende pautas como educação, leitura e cultura.

Apesar de reunir principalmente políticos com bandeiras progressistas, o novo fenômeno atrai também grupos mais conservadores. Em Barra do Piraí, município do Rio de Janeiro, o Cidadania lançou a candidatura da Bancada da Família. A tendência é registrada principalmente nas capitais, mas também em cidades menores. Em Cotia, o PSol lançou a candidatura do Coletivo Ativista, um grupo de seis pessoas que quer conquistar uma vaga de vereador no município paulista.

A legislação eleitoral não prevê o lançamento de candidaturas coletivas. Por isso, as chapas desses grupos são registradas no CPF de um dos integrantes, que, caso eleito, pode compartilhar a gestão com outros representantes do coletivo. Durante a campanha, é permitido divulgar os nomes e as bandeiras de todos os que integram as candidaturas coletivas.

Os comentários não representam a opinião do site. A responsabilidade é do autor da mensagem. Em respeito a todos os leitores, não são publicados comentários que contenham palavras ou conteúdos ofensivos.

500
Mais notícias
Assine agora
TOPO