Debate tucano é morno e evita reproduzir disputa acirrada nos bastidores entre Leite e Doria

19.10.21 14:32

A troca de chumbo entre os governadores de São Paulo e do Rio Grande do Sul, João Doria e Eduardo Leite, que envolve até mesmo questionamentos sobre as regras do processo eleitoral interno do PSDB, não deu o ar da graça.

No debate desta terça-feira, 19, promovido pelo grupo Globo, os aspirantes a candidato tucano ao Planalto em 2022 preferiram tentar exibir unidade e fazer odes à alegada busca do partido por uma alternativa de terceira via contra Lula e Jair Bolsonaro.

O único a tentar quebrar o clima de armistício foi o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, mesmo assim modulando o tom a todo momento, para não deixar transparecer agressividade – ao fim da discussão, ele se emocionou ao falar das mazelas do país e sobre o papel do PSDB em favor das mudanças.

No início do debate, porém, Virgílio se dedicou a fustigar Eduardo Leite por ele ter declarado voto em Bolsonaro no segundo turno de 2018. O ex-prefeito de Manaus revelou que votou em Henrique Meirelles no primeiro turno e, depois, no petista Fernando Haddad — ignorando, portanto, a candidatura tucana naquele ano, de Geraldo Alckmin.

Para Virgílio, se Leite achasse que venceria (a eleição ao governo do RS) sem isso, “deveria ter desprezado esse apoio”, e, se pensasse que não venceria, “deveria ter perdido como um verdadeiro tucano”. “Eu fiz uma única declaração de voto e marquei as diferenças que tenho com Bolsonaro. Não abracei. Não fui atrás dele para tirar foto”, respondeu Leite numa referência velada ao comportamento adotado por Doria. “O outro caminho era o PT, que tinha quebrado o país”, acrescentou.

No terceiro bloco, ao ser questionado também sobre seu apoio a Bolsonaro em 2018, Doria fez um mea-culpa citando também o governador gaúcho. “Eu errei, como o Eduardo errou e outros 65 milhões de brasileiros erraram”, afirmou.

Antes de baixar a guarda, Virgílio, que atua como franco-atirador justamente por não ter chances de vencer a refrega, ao contrário de Doria e Leite, ainda tentou admoestar os oponentes, perguntando por que o partido não se ocupava somente de “questões públicas” deixando de lado as “picuinhas” internas. Nem Doria nem Leite, no entanto, morderam a isca. Durante quase todo o tempo, ambos fizeram questão de pregar a necessidade de união da sigla. “Estaremos juntos. Estamos dando exemplo de civilidade. Esse é o PSDB”, afirmou o governador de São Paulo. “O projeto para o país não pode ser calcado num projeto pessoal. Quem perde tempo destruindo não constrói”, ponderou Leite.

Sobre a possibilidade de abrir mão da cabeça de chapa na eleição presidencial mesmo em caso de triunfo nas prévias do PSDB, que ocorrem em 21 de novembro, Leite disse se considerar “preparado” para liderar um bloco de terceira via. “Se tiver alguém com mais condições de unir, estamos juntos. Vamos lá”.

Nesse ponto, Leite tenta marcar diferenças com Doria, ao demonstrar capacidade de articulação para além das fronteiras do PSDB. Único a dispensar o terno durante o evento do PSDB, o governador de São Paulo, por sua vez, usa a disposição do gaúcho em compor com outras legendas, mesmo em caso de vitória nas prévias, para tentar enfraquecê-lo internamente – embora entoe “para fora” o discurso em favor da terceira via, “para dentro” Doria é um dos ferrenhos defensores da candidatura própria do PSDB.

Nos últimos dias, o clima esquentou entre os dois principais postulantes a candidato tucano à Presidência em 2022. Depois de Doria criticar o aplicativo lançado pelo PSDB para as prévias, desenvolvido coincidentemente no Rio Grande do Sul, e ensaiar não participar do debate, Leite disse que “negar participação no debate e lançar suspeitas à forma de votação é coisa do bolsonarismo”. “Espero que não volte o BolsoDoria”, acrescentou o gaúcho, em alusão à dobradinha entre João Doria e Jair Bolsonaro em 2018.

O ambiente carregado e as divergências entre os dois não chegaram a ser explicitadas nesta terça-feira, 19, em que a bandeira branca, ao menos aos olhos do público, parecia estendida.

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500
  1. Kkkk. Não veio a crise hídrica , a CPI do luladrao Renan Calheiros foi um desastre. Os dois bichinhas estão se alfinetando! Kkk BOLSO.22 para o Brasil continuar melhorando ! Kkkkk. Morinho.50. Kkkk. Maisnada internado ! Globo fechando as portas! Cruzue no fundo do poço! Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

  2. Ma minha análise, nem o Doria, que se enfraqueceu com o embate contra o Bolsonaro na pandemia, que o apontou como inimigo n° 1, nem o Eduardo Leite, tem condição de passar para o 2° turno. Mais uma derrota acachapante do PSDB, enfraqueceria muito o partido. E se for para o 2° turno, não vence o ex-presidiário. Seria oportuno para os tucanos, abrirem mão do protagonismo, se aliando ao mais competitivo candidato, aquele capaz de tirar o Bolsonaro do 2° turno e vencer o Lula. Mor🇧🇷 Presidente.

  3. Continuem com o discurso morno no entanto mostrando a verdadeira face, embora sanitariamente mascarados respeitando a vida. Até agora o povo brasileiro só elegeu mascarados picaretas travestidos de mocinhos, heróis e mitos. Ladrões de esperança.

  4. risível e ridícula a hipocrisia e cinismo tucanos . lembra aquelas donzelas que casavam virgens com o escape mais furado que tábua de pirulito.

    1. Arthur Virgílio e João Dória Demonstra Mais Maduridade Para Presidente da República.

  5. NÃO TEM PRA NINGUÉM. SERGIO FERNANDO MORO PRESIDENTE SERGIO FERNANDO MORO PRESIDENTE SERGIO FERNANDO MORO PRESIDENTE SERGIO FERNANDO MORO PRESIDENTE SERGIO FERNANDO MORO PRESIDENTE SERGIO FERNANDO MORO PRESIDENTE 2022

    1. Dificilmente Moro ganhará eleição para presidente. É uma missão quase impossível.

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