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De olho no mandato, suplente de Daniel Silveira vê ‘cenário desfavorável’ para deputado

20.02.21 12:03

O processo de cassação do deputado Daniel Silveira, do PSL, que começará a ser discutido no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, será acompanhado com especial atenção em São Gonçalo, segundo maior colégio eleitoral do Rio de Janeiro. É que no município fluminense vive Ricardo Pericar (foto), primeiro suplente do PSL, que assumirá o mandato caso o parlamentar bolsonarista seja cassado ou temporariamente afastado da Câmara.

Com 30.661 votos obtidos em 2018, Pericar esteve próximo da votação alcançada pelo correligionário que agora espera substituir. Silveira conquistou 31.789 votos, o pior desempenho entre os 12 parlamentares da bancada do PSL do Rio de Janeiro. Diante da crise instalada em Brasília e da manutenção da prisão do colega de partido, Pericar acredita que o titular do mandato deve ser punido. “O cenário é bem desfavorável a ele, principalmente por seu péssimo histórico de condutas”, disse o suplente.

Em 2018, quando disputou uma vaga na Câmara, Ricardo Pericar era vice-prefeito de São Gonçalo. Como primeiro suplente, chegou a assumir o mandato por dois meses em 2019, durante uma licença da deputada Major Fabiana, também do PSL. No ano passado, disputou sem sucesso o cargo de prefeito de São Gonçalo e, hoje, é subsecretário de Iluminação Pública da cidade.

Nos dois meses em que atuou como deputado federal, Pericar vivenciou uma das maiores crises de seu partido: o racha decorrente do rompimento entre os bolsonaristas e os apoiadores do presidente do PSL, Luciano Bivar. O político, que é dono de uma pequena frota de ônibus, participou da reunião de deputados do partido em que Daniel Silveira gravou colegas para demonstrar fidelidade ao presidente Jair Bolsonaro. “Ele ficava gravando todo mundo embaixo das mesas e das cadeiras, nos carros. Na época, tentei apaziguar. Mas gravar clandestinamente é falta de caráter. Isso incendiou o partido”, afirmou o suplente do PSL.

Não há previsão de quando o Conselho de Ética vai começar a discutir o processo por quebra de decoro contra Silveira. É pouco provável que ele não sofra nenhuma punição, mas a cassação vai depender do clima político em Brasília. Apesar da gravidade de sua declaração contra os ministros do Supremo, o corporativismo pode falar mais alto.

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