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Conflito ao lado da Europa pode resultar em guerra por procuração

29.09.20 16:01

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, pediu nesta terça-feira, 29, um cessar-fogo imediato das hostilidades entre a Armênia e o Azerbaijão. Merkel ligou para os governantes dos dois países para pedir uma solução pacífica. O conflito, que teve início no domingo, 27, acontece a 3,4 mil quilômetros de Berlim – menos que a distância entre Porto Alegre e Maceió. Também nesta terça, o Conselho de Segurança da ONU deve se reunir para tentar acalmar os ânimos.

Nos últimos três dias, foram noticiados lançamentos de mísseis, destruição de dezenas de tanques, bombardeios de caças, derrubadas de helicópteros e de drones. O número de mortos já chega perto de 100. Entre eles estão ao menos 26 separatistas armênios, que lutam na região de Nagorno-Karabakh, no Azerbaijão. Em 1991, eles assumiram o controle da província de Nagorno-Karabakh e declararam independência, mas outros países não reconheceram a decisão.

Como outros países maiores já estão embrenhados no conflito, a disputa pode evoluir para uma guerra por procuração. A Armênia, um país cristão, é apoiado pela Rússia, cristã ortodoxa. Os dois países integram uma mesma aliança militar e um tratado econômico. A Rússia tem uma base militar na Armênia e vendeu mísseis balísticos ao país. Soldados russos ajudam a patrulhar a fronteira da Armênia com o Azerbaijão. Há denúncias de que mercenários que estavam lutando no Oriente Médio foram enviados a Nagorno-Karabah para apoiar os armênios separatistas, os quais contam com a ajuda das Forças Armadas da Armênia (foto).

Do lado oposto, o Azerbaijão, de maioria muçulmana xiita, é apoiado pela Turquia, muçulmana sunita. Suspeita-se que a Turquia, do presidente Recep Erdogan, esteja enviando caças F-16, helicópteros e mercenários que estavam na Síria e na Líbia para ajudar as Forças Armadas do Azerbaijão.

Os desentendimentos entre Armênia e Azerbaijão começaram logo depois do fim da União Soviética, que englobava os dois países. Com a queda do bloco soviético, o movimento de independência passou a ganhar força e adeptos na região de Nagorno-Karabakh, no oeste do Azerbaijão.

Conflitos de menores proporções têm ocorrido ao longo dos anos. O último deles se deu em abril de 2016. Naquele ano, os diplomatas dos dois países agiram rápido e conseguiram estancar a violência no quarto dia. A questão é que, desta vez, os diplomatas parecem ter sido colocados de lado.

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