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Como Maduro usa tecnologia chinesa para controlar os venezuelanos

22.07.20 12:38

Um grupo de senadores do Partido Democrata americano divulgou nesta terça, 21, o relatório O novo Big Brother: a China e o autoritarismo digital, para apreciação do Comitê de Relações Exteriores do Senado dos Estados Unidos.

O texto afirma que a ditadura de Nicolás Maduro (foto) tem tirado todo o proveito possível de máquinas e de serviços chineses para controlar os cidadãos venezuelanos. Programas e equipamentos de internet, de telefonia celular e de sistemas de reconhecimento facial foram desenvolvidos e instalados por companhias chinesas na Venezuela. Funcionários da ditadura de Maduro viajaram para a China para receber treinamento.

O relatório discorre sobre o Cartão da Pátria, que é usado por mais da metade dos venezuelanos para comprar gasolina e alimentos e receber aposentadorias e cestas básicas.

Quem ajudou o governo a criar o cartão foi a empresa chinesa ZTE. Em 2017, a ZTE recebeu 70 milhões de dólares para construir uma base de dados e um sistema de pagamentos móveis com o objetivo de melhorar a “segurança nacional”. No final de 2018, uma equipe de funcionários da ZTE trabalhou dentro de uma unidade especial de uma estatal de telecomunicações da Venezuela para monitorar a gestão dessa base de dados.

“De acordo com funcionários da empresa que administra o sistema de cartões, a base de dados guarda informações como data de aniversário, parentesco, emprego, renda, propriedades, histórico médico, os benefícios recebidos do governo, as contas nas redes sociais, filiação partidária e histórico de votos”, diz o relatório dos democratas.

A base de dados pode ser usada como uma ferramenta poderosa para identificar, reprimir e silenciar os críticos de Maduro. “Há evidências de que as agências oficiais estão acompanhando como os funcionários do governo votam”, diz o texto.

A ZTE também tem trabalhado, desde 2016, para centralizar o sistema de monitoramento de cidadãos por câmeras de vídeo na Venezuela.

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