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Como assessor de Chico Rodrigues, Leo Índio recebeu R$ 436 mil do Senado

15.10.20 10:45

Empregado no gabinete de Chico Rodrigues, do DEM de Roraima, Leonardo Rodrigues de Jesus, conhecido como Leo Índio (foto), recebeu 436 mil reais do Senado em um ano e meio. O primo dos filhos do presidente Jair Bolsonaro trabalha como assessor parlamentar no Salão Azul do Congresso desde abril de 2019, em Brasília. 

Leo Índio tomou posse pouco mais de um mês depois de Bolsonaro escolher Chico Rodrigues como vice-líder do governo no Senado. Nesta quarta-feira, 14, como revelou Crusoé, o parlamentar foi flagrado com dinheiro entre as nádegas quando a Polícia Federal vasculhava sua casa no âmbito da Operação Desvid-19, que investiga o desvio de 20 milhões de reais em emendas parlamentares destinadas ao combate à pandemia do novo coronavírus.

No Senado, Leo Índio conta com salário bruto de 22.943,73 reais e recebe mensalmente um auxílio-alimentação de 982,28 reais. Além disso, em três meses, teve os contracheques encorpados por valores de 3.823,95 reais, 8.311,54 reais e 11.471,86 reais — esse dinheiro entrou na rubrica “antecipação e gratificação natalina”.

Quando nomeou o primo dos Bolsonaro, como publicamos aqui, Chico Rodrigues negou que a contratação fosse um pedido da família do presidente. “Ele tem relação de amizade com o pessoal do meu gabinete”, disse. Leo Índio, por sua vez, alegou que a convivência entre os dois havia sido estreitada durante a campanha. “Sempre acreditei na meritocracia e no valor do trabalho, verdadeiro fiador das liberdades individuais. A boa política, entretanto, é indissociável de mim desde a infância”, afirmou.

O integrante do clã Bolsonaro não tem currículo cadastrado na plataforma Lattes. Mas, no Linkedin, Leo Índio diz ter cursado Administração de Empresas na Universidade Cândido Mendes. Além disso, mostra uma trajetória profissional na área do varejo. Segundo a descrição, ele trabalhou como gerente de vendas na empresa de coquetéis de cachaça Quero Chuva e como vendedor na Ellus Jeans. Atuou, ainda, na área comercial da marca de cafés especiais Moccato.

No mundo político, ocupou o posto de assessor parlamentar na Assembleia Legislativa do Rio entre 2006 e 2012, à época em que Flávio Bolsonaro era deputado estadual. No currículo anexado à plataforma, Leo Índio coloca como contato de referência, entre os ex-chefes, Miguel Ângelo Braga Grillo, que era chefe de gabinete do filho 01 do presidente na Alerj e ocupa o mesmo cargo, hoje, no Senado.

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