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Cinco hospitais de entidade investigada pela PF no Rio nem sequer abriram as portas

20.04.21 09:12

O governo do Rio de Janeiro afirmou à Procuradoria-Geral da República que cinco hospitais de campanha no estado não chegaram a abrir as portas. Por contrato, todas essas unidades deveriam ter sido construídas e administradas pelo Instituto de Atenção Básica à Saúde, o Iabas, entidade investigada por corrupção e desvios na Saúde. O número faz do Rio o estado que mais gastou com hospitais de campanha que não saíram do papel.

A subprocuradora-geral da República, Lindôra Araújo, distribuiu ofícios aos estados em que pedia informações sobre hospitais de campanha. Por meio do documento, solicitou informações sobre unidades que foram construídas, e as que ainda permaneciam abertas.

Em resposta, o governo do Rio afirmou à PGR que dois hospitais de campanha não tiveram suas obras concluídas e três foram entregues, mas não abertos ao público. Para construir e gerir os hospitais, o governo havia fechado um contrato de 770 milhões de reais com o Iabas. A entidade foi alvo de buscas e apreensões em maio de 2020 na Operação Placebo, que também teve como alvo o governador afastado Wilson Witzel, do PSC. Em junho, Witzel tirou o Iabas da gestão dos hospitais.

Além do Rio, o governo de Minas Gerais comandado por Romeu Zema, do Novo, também afirmou à PGR ter construído um hospital de campanha que não chegou a funcionar. Em setembro do ano passado, a unidade, que custou 2 milhões de reais, foi desmontada antes de abrir as portas.

O Instituto de Atenção Básica e Avançada a Saúde (IABAS) afirmou, por meio de nota, que “as dificuldades na conclusão das obras dos hospitais de campanha do Rio de Janeiro foram provocadas pela própria Secretaria Estadual de Saúde, que por diversas vezes alterou os projetos dos hospitais e a configuração de leitos clínicos e de Unidades de Terapia Intensiva“. “Além disso, indicou locais inadequados para a instalação das estruturas provisórias, exigindo obras de infraestrutura, como saneamento e pavimentação, que não estavam previstas. A Secretaria também não cumpriu o fluxo financeiro acordado, deixando de fazer pagamentos logo no início do contrato“.

Quando houve a intervenção pela Fundação Saúde, em 2 de junho, o Hospital do Maracanã estava concluído e os demais, com exceção do hospital de Nova Friburgo, estavam com suas obras quase concluídas. A decisão de não inaugurar os demais hospitais foi do Governo do Rio de Janeiro, por intermédio da Fundação Saúde. O Hospital de São Gonçalo começou a operar já sob a intervenção da Fundação Saúde, que optou por manter um número reduzido de pacientes internados. O Instituto informa que está em curso com as medidas judiciais cabíveis para demonstrar que sempre agiu em estrita observância às suas obrigações contratuais e legais“, afirma a entidade.

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