Edilson Rodrigues/Agência Senado

Caso Chico Rodrigues: Alcolumbre não quer tensionar relação com STF, nem se indispor com senadores

16.10.20 16:14

Ao viajar a Macapá, onde está empenhado na eleição de seu irmão para a prefeitura da capital amapaense, Davi Alcolumbre saiu dos holofotes. Na quinta-feira, 15, um dia depois da operação da PF que encontrou dinheiro escondido nas nádegas de Chico Rodrigues e na mesma data em que o ministro Luís Roberto Barroso encaminhou ao Senado a medida cautelar de afastamento do senador, o presidente da casa não participou dos comícios de Josiel Alcolumbre e nem se pronunciou sobre o caso.

Davi Alcolumbre procura a saída ideal para a saia justa em que foi colocado: não pode criar arestas com o Supremo Tribunal Federal, que terá a última palavra sobre sua tentativa de reeleição, mas também não quer constranger ainda mais o seu amigo e correligionário de Roraima, nem perder pontos entre os senadores. “O Chico é um senador muito querido por todos. Eu acredito que o presidente irá buscar uma solução para não o expor”, diz um aliado do presidente do Senado.

Enquanto isso, a maioria dos senadores começa a costurar a derrubada da medida cautelar aplicada pelo ministro do STF, como já ocorreu com Aécio Neves, em 2017. Para evitar desgastes perante a opinião pública, a turma pró-Chico Rodrigues evitará abordar o que de fato importa neste caso. Ou seja, os desvios de recursos que deveriam ser usados no combate à Covid-19 e a posterior tentativa constrangedora de esconder o dinheiro. O argumento será o da “separação entre poderes” e da “interferência indevida do STF no Legislativo”. Outro discurso que vem sendo ensaiado é que não se poderia tirar o mandato de um parlamentar que ainda não foi sequer alvo de denúncia formal pelo Ministério Público. 

Existe a possibilidade de uma reunião de líderes ser convocada na próxima semana para que o colegiado decida se inclui ou não o afastamento de Rodrigues na pauta do plenário. “Acho que não deve demorar para decidir”, diz um interlocutor de Alcolumbre. 

Enquanto alinham o discurso em defesa do colega, parlamentares admitem que Rodrigues tornaria tudo mais fácil se pedisse uma licença do cargo enquanto se defende das acusações. Entusiastas da ideia argumentam que o mandato “ficaria em família”, já que o suplente da cadeira do parlamentar é seu próprio filho, Pedro Arthur.  

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  1. "Não o expor".... kkkk... o senador que se expôs ao enfiar 15 mil no REGO. Velho safado lazarento. Senado continua infestado de ratos.

  2. Seu sucessor é o próprio filho, quando sepensa q chegou no fundo do poço, ai da tem muito buraco pra baixo, essa m.... só aumenta..!!

  3. É tão espúrio *enquanto alinha o discurso para defender o colega* quanto o fato de esconder dinheiro nas nádegas ! Imagina se os colegas iriam deixar o senador que se sujou sem defesa ? Esse é o Senado da República ! Uma podridão só!

  4. O mandato ficaria em família! PQP!!! O Brasil deixaria de existir sem uma Instituição Verdadeira, o Nepotismo, com filhotes de papai-papaizão, que se distinguem apenas pela falta de distinção, espalhados por todos os quadrantes. Um país tão grande e populoso continua nas garras de uns poucos privilegiados, sustentados por milhões de contribuintes, que recebem bens e serviços públicos de qualidade moçambicana, embora paguem tributos de padrão europeu. Tratemos de reduzir o total de políticos.

    1. Os senhores senadores da República Federativa do Brasil agora estão debruçados sobre o gravíssimo problema nacional de limpar a bunda de um de seus pares de onde brota dinheiro de origem desconhecida. Não temos mais Senado. Temos Bundado. Não temos mais Senadores. Temos Bundadores. Onde vai parar essa pouca vergonha?

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