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Câmara dos EUA aprova impeachment de Trump por insurreição

13.01.21 18:27

Em um Capitólio protegido por milhares de membros da Guarda Nacional (foto), a Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta, 13, o pedido de impeachment do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A acusação de “incitação à insurreição” contou com o apoio de 232 deputados. Para que o impedimento fosse aprovado, era preciso obter a maioria simples, de 218 deputados. Há 222 democratas na Casa.

O presidente deve ser destituído. E acredito que ele também deve ser condenado pelo Senado. Esse é um remédio constitucional que manterá a república a salvo desse homem que está tão decididamente determinado a destruir as coisas que são importantes para nós e que nos unem. Não me dá nenhum prazer dizer isso. Isso parte meu coração”, disse a presidente da Câmara dos Deputados, a democrata Nancy Pelosi.

O placar apertado mostra que, mesmo após a invasão do Congresso por apoiadores de Trump no dia 6, a maioria dos republicanos, 197 deputados, preferiu não endossar o impeachment. Apenas 10 deles votaram a favor. Alguns culparam o presidente pelo assalto ao prédio, mas argumentaram que eram contra o impeachment por outros motivos, como a falta de um julgamento adequado no tempo devido. “Acredito que o impeachment do presidente em tão pouco tempo seria um erro. Nenhuma investigação foi concluída. Nenhuma audiência foi realizada“, disse o líder dos republicanos na Câmara, Kevin McCarthy.

Nas duas votações de impeachment que ocorreram em fevereiro do ano passado, os resultados foram parecidos. A acusação de abuso de poder contou com apoio de 230 deputados e a de obstrução do Congresso, de 229. Nessas duas ocasiões, nenhum republicano apoiou as propostas.

O líder dos republicanos no Senado, Mitch McConnell, avisou nesta quarta, 13, que não convocará a Casa antes da posse do democrata Joe Biden. Sendo assim, o Senado só poderá votar o impeachment de Trump depois de ele deixar a Casa Branca. Os democratas pensam em aguardar 100 dias do governo de Joe Biden para levar o impeachment para o Senado, que então terá maioria democrata. Para que o impeachment seja aprovado no Senado, serão necessários dois terços dos votos. Será preciso, então, que 17 republicanos votem a favor da destituição.

Com um impeachment tardio no Senado, o objetivo dos democratas é retirar os direitos políticos de Trump e impedi-lo de se candidatar em 2024. Ele também poderia perder alguns benefícios, como a pensão vitalícia dada a ex-presidentes. “Caso sofra um impeachment, mesmo que mais tarde, Trump ficaria inelegível para sempre, com a peculiaridade de que, nos Estados Unidos, uma vez presidente não é possível mais concorrer a outros cargos eletivos“, diz o advogado Acácio Miranda, especialista em relações internacionais.

Com a sessão desta quarta, Trump torna-se o primeiro presidente americano a ter o impeachment aprovado na Câmara dos Deputados duas vezes.

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