ReproduçãoCabral preso: delação amedronta uma ala do Judiciário fluminense

Cabral diz que foi sócio oculto de participante da festa dos guardanapos

23.05.19 17:21

O ex-governador Sérgio Cabral Filho (foto) admitiu que se tornou sócio oculto de imóveis adquiridos pelo empresário Georges Sadala, fornecedor de serviços para estado em sua gestão. A declaração foi dada na tarde desta quinta-feira, 23, em depoimento ao juiz da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, Marcelo Bretas, responsável pelas ações da Lava Jato no Rio.

Sadala é réu na mesma ação em foi realizada a audiência com Cabral hoje. O ex-governador afirmou que torná-lo sócio oculto foi a maneira de o empresário pagar por ter vencido a licitação para implantar o serviço Poupa Tempo, de atendimento rápido de serviços para os cidadãos, no estado do Rio.

A licitação foi arranjada pelo então secretário de Desenvolvimento Econômico, Julio Bueno, acusou Cabral em seu depoimento. Ele acrescentou ter “99% de certeza” de que o empresário Arthur Soares, que ficou conhecido como Rei Arthur pela extensão dos serviços que fornecia ao governo do Rio, também se beneficiou da fraude.

O ex-secretário de Transportes e ex-deputado federal Julio Lopes também teria se beneficiado com repasses de Sadala, contou Cabral em seu depoimento ao juiz Bretas. “Sei que o Sadala era muito amigo do Julio Lopes e disse que deu muito dinheiro para ele na campanha”, acusou o ex-governador.

Entre os imóveis citados no depoimento, estão um terreno de mil metros quadrados em Ipanema e um prédio comercial na Barra da Tijuca, na Zona Oeste da capital fluminense. O valor de Cabral na sociedade era de 6,5 milhões de reais, calculou o próprio ex-governador, condenado a quase 200 anos de prisão na Lava Jato.

Ele acrescentou que também recebeu 1,5 milhão de reais em dinheiro vivo de Sadala. E que o empresário pagou parte das despesas de uma viagem que Cabral fez com a mulher, Adriana Ancelmo, à Europa, em 2015, depois de ter deixado o governo. O ex-governador ainda prometeu ao juiz entregar negócios ilícitos de Sadala com  um político de “foro privilegiado”, que teria apresentado o empresário a ele.

Sadala foi ouvido em seguida, no mesmo processo. Ele negou ter pago qualquer quantia ao ex-governador ao juiz. O empresário é uma das pessoas que aparece em fotos com guardanapo na cabeça em uma celebração em Paris, ao lado de Sérgio Cabral Filho. “Daquele dia em diante, minha vida virou um inferno”, disse Sadala no depoimento.

O ex-secretário Julio Bueno afirmou que não teve envolvimento na licitação do Poupa Tempo: “Quem fez a licitação foi a Junta Comercial”, afirmou a Crusoé. “A secretaria (de Desenvolvimento Econômico) nada teve a ver com o processo licitatório, todo comandado e feito pela junta”, declarou. Júlio Lopes não foi localizado.

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    1. Muito mal escrito, muitos erros. Fica difícil entender.

    1. É Rafael, se o cara tem pedigree, pode ser que você tenha razão, quanto a eventual falcatrua na Gestão de Júlio Bueno, no Espírito Santo. Eu não boto a mão no fogo por ninguém.

    2. Será que por lá ele não aprontou várias dessas também, não!?

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