Bolsonaro tachou Mourão de ‘filho da puta’ por falso tuíte, relata livro

O presidente Jair Bolsonaro tachou o vice-presidente, general Hamilton Mourão (foto), de “filho da puta” durante uma conversa por WhatsApp com um amigo, em março do ano passado, relata o livro Tormenta – O governo Bolsonaro: crises, intrigas e segredos, da jornalista Thaís Oyama. 

Segundo o livro, que se debruça sobre os bastidores do primeiro ano do atual governo e será lançado em 20 de janeiro, Bolsonaro xingou Mourão após receber de um amigo um tuíte “fake” no qual o vice pedia indicação de um “bom psiquiatra”, “especialista em vício em redes sociais”, para o “filho de um amigo meu”.

O tuíte que Bolsonaro entendeu ter sido escrito e publicado por Mourão dizia exatamente o seguinte: “Saindo um pouco da política, alguém indica um bom psiquiatra no RJ? Especialista em vício em redes sociais, mania de perseguição comunista, alucinações soviéticas e transtorno bi-primo-polar? É para o filho de um amigo meu. Urgente”.

O texto, relata o livro, foi postado em uma conta do Twitter com a foto de Mourão em 24 de março. O tal amigo de Bolsonaro enviou uma cópia da mensagem ao presidente no dia seguinte, por WhatsApp, perguntando o que estava acontecendo.

Bolsonaro acreditou tratar-se realmente de uma postagem de Mourão com menção indireta a Carlos Bolsonaro, um de seus filhos, e disparou o xingamento. “Esse cara (Mourão) é um filho da puta. Casou comigo e agora quer me foder”, respondeu o presidente, também pelo aplicativo, segundo o relato da jornalista. O interlocutor, então, escreveu que, se fosse verdade, a declaração do vice seria de fato “muito grave”.

“Acabei de passar (a mensagem) para ele (Mourão). Com toda certeza foi ele. E quem está sendo criticado é quem me botou aqui e deveria ser ministro hoje. Se for verdade, fica complicado, fica complicado”, acrescentou Bolsonaro, admitindo ter entendido tratar-se de uma crítica a Carlos Bolsonaro, a quem costuma atribuir a sua eleição para o Planalto.