Adriano Machado/Crusoé

Bolsonaro pede para aliados não darem munição ao ‘canalha que está momentaneamente livre’

09.11.19 10:23

Diante da guerra interna em seu partido e da recente soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente Jair Bolsonaro (foto) pediu neste sábado, 9, para que seus aliados não deem munição ao petista, que deixou a cadeia atacando o governo, o Ministério Público e parte do Judiciário.

“Amantes da liberdade e do bem, somos a maioria. Não podemos cometer erros. Sem um norte e um comando, mesmo a melhor tropa, se torna num bando que atira para todos os lados, inclusive nos amigos. Não dê munição ao canalha, que momentaneamente está livre, mas carregado de culpa”, escreveu Bolsonaro em sua conta no Twitter.

A mensagem é clara. Com o principal nome da oposição em liberdade após a revogação da prisão em 2ª instância decidida pelo STF, o presidente tenta pacificar seu grupo político, que está imerso em uma disputa por poder dentro do PSL, para evitar que o fogo amigo fortaleça o adversário.

No primeiro discurso após ser solto, na sexta-feira, 8, Lula já disparou contra Bolsonaro. Acusou o presidente de “mentir” e disse que “o Brasil piorou” com o atual governo.

Também beneficiado com a decisão do Supremo, o ex-ministro José Dirceu gravou um vídeo para a militância do PT dizendo que “agora é para nós voltarmos e retomarmos o governo do Brasil”.

“E para isso nós precisamos deixar claro que nós somos petistas, de esquerda e socialistas. Nós somos tudo o contrário do que esse governo está fazendo”, afirmou Dirceu, condenado por receber propina de empreiteiras com dinheiro desviado de contratos da Petrobras.

Também no Twitter, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, disse neste sábado, 9, que a decisão do STF “pode ser alterada” pelo Congresso, com a aprovação de uma Proposta de Emenda Constitucional prevendo o cumprimento da pena após condenação em 2ª instância e não apenas depois do trânsito em julgado.

“Lutar pela Justiça e pela segurança pública não é tarefa fácil. Previsíveis vitórias e revezes. Preferimos a primeira e lamentamos a segunda, mas nunca desistiremos. A decisão do STF deve ser respeitada, mas pode ser alterada, como o próprio Min. Toffoli reconheceu”, escreveu Moro

Os comentários não representam a opinião do site. A responsabilidade é do autor da mensagem. Em respeito a todos os leitores, não são publicados comentários que contenham palavras ou conteúdos ofensivos.

500
Mais notícias
Assine agora
TOPO