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Bolsonaro oficializa a demissão do secretário de Cultura após citação nazista

17.01.20 13:14

O presidente Jair Bolsonaro demitiu o secretário de Cultura, Roberto Alvim, no início da tarde desta sexta-feira, 17. Ele tomou a decisão por causa da péssima repercussão do vídeo em que seu subordinado citou trechos de declarações de Joseph Goebbels, o ministro da propaganda de Adolf Hitler (foto), na noite desta quinta-feira, 16.

“Um pronunciamento infeliz. Ainda que tenha se desculpado, tornou insustentável a sua permanência”, declarou Bolsonaro, em suas contas oficiais no Facebook e no Twitter. 

O chefe do Executivo ainda manifestou “total e irrestrito apoio à comunidade judaica, da qual somos amigos e compartilhamos valores em comum“. “Reitero nosso repúdio às ideologias totalitárias e genocidas, bem como qualquer tipo de ilação às mesmas”, acrescentou o presidente.

Diversos setores da sociedade manifestaram repúdio à fala de Roberto Alvim, que, na manhã desta sexta-feira, 17, repetiu a declaração e afirmou que não seria demitido.

Os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre, lamentaram a atitude de Alvim e pediram a demissão imediata do secretário. “Como primeiro presidente judeu do Congresso Nacional, manifesto veementemente meu total repúdio a essa atitude e peço seu afastamento imediato do cargo”, declarou Alcolumbre.

O dramaturgo Roberto Alvim assumiu a secretaria de Cultura em novembro. Antes, ele esteve à frente do Centro de Artes Cênicas, o Ceacen, da Funarte.

Alvim é discípulo do escritor Olavo de Carvalho, filósofo e guru do bolsonarismo. O ex-secretário de Cultura defende o engajamento de artistas conservadores em pautas do governo. A aproximação com Bolsonaro se deu durante a campanha eleitoral de 2018, tendo declarado apoio ao então candidato do PSL ao Palácio do Planalto.

Ao nomear Alvim para o cargo mais alto da pasta de Cultura, em novembro, Bolsonaro afirmou que ele teria “porteira fechada”.

Alvim foi o terceiro nome no comando da Cultura no governo Bolsonaro. Antes, passaram pelo cargo o economista Ricardo Braga e Henrique Pires, que deixou o governo por se opor à suspensão do edital que selecionava obras sobre a temática LGBT para exibição em TVs públicas.

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