Bolsonaro volta a criticar isolamento e sugere que estados inflam mortes

30.03.20 20:16

Logo após o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em entrevista coletiva defender, mais uma vez, o isolamento como forma de combater o coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar a adoção da medida restritiva, em entrevista ao programa Alerta Nacional, da RedeTV.

Ao apresentador Sikêra Júnior, o presidente sugeriu que alguns governadores inflam os números de mortos pelo coronavírus como forma de solicitar mais dinheiro ao governo federal e justificar as ações de limitação de circulação.

“Parece que há interesse por parte de alguns governadores em inflar números de óbitos vitimados pelo vírus. E daí daria mais respaldo para eles pedirem mais recursos ao governo federal e para justificar as medidas que tomaram. Para dizer: se não tivesse tomado essa medida, a crise seria mais grave”, disse Bolsonaro.

Logo no começo da entrevista, Bolsonaro afirmou que o país enfrenta dois problemas: o vírus e o desemprego. Segundo ele, o ministério da Saúde está fazendo sua parte, mas não pode  “impor isolamento, como alguns estados impuseram, de forma quase eterna”. As primeiras vítimas do isolamento imposto pelos estados, defendido pelo ministro da Saúde e recomendado pela Organização Mundial de Saúde, disse Bolsonaro, serão os trabalhadores informais.

“Você não pode impor uma quarentena maior do que já está, porque esse pessoal vai ter dificuldade para sobreviver. Os 600 reais ajudam, mas está aquém do que eles necessitam”, disse o presidente, ao se referir ao valor aprovado pelo Congresso que será liberado durante três meses.

Em entrevista coletiva nesta segunda-feira, 30, pouco antes de Bolsonaro falar à RedeTV, o ministro da Saúde, ao contrário do presidente, pediu para que os brasileiros sigam as orientações dos governadores.  “Mantenham as orientações dos estados porque elas são, no momento, as mais recomendadas”, afirmou Mandetta.

O presidente também voltou a repetir que algumas pessoas morrerão, mas que o desemprego poderá causar danos ainda maiores. “Alguns morrerão, sim, alguns morrerão, lamentamos, sim, lamentamos. Mas muito outros morrerão de outras doenças também. Agora, não podemos viver nessa histeria, nesse clima de terror. (…) Tem que ser afrouxada alguma coisa, paulatinamente, para que o desemprego não aumente mais ainda. Os danos causados pelo desemprego serão muito piores que os danos do vírus”, afirmou.

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