Isac Nóbrega/PR

Bolsonaro justifica presença do Centrão no governo: ‘Fomos nos moldando’

27.07.21 18:07

Horas após acertar a nomeação do senador Ciro Nogueira para o comando da Casa Civil, o presidente Jair Bolsonaro reconheceu nesta terça-feira, 27, que o governo federal rendeu-se às negociações com o parlamento e passou a realizar indicações para ministérios com base em critérios políticos.

Bolsonaro discursou durante a solenidade de assinatura do decreto que institui o Sistema de Integridade Pública, realizada no Palácio do Planalto, ao lado de expoentes do Centrão que integram a estrutura do Executivo, como Ciro Nogueira e Flávia Arruda.

O presidente da República disse ter escalado nomes técnicos para a Esplanada na transição, em 2018. Mas argumentou que, com o passar do tempo, percebeu que era necessário buscar um “entendimento” com o Congresso e, então, se moldou.

Tive a oportunidade ímpar, como chefe do Executivo, de escolher o nosso ministério, baseado em questões técnicas, pouco políticas. Era o que poderíamos e tínhamos que fazer naquele momento. Compusemos um time de ministros nunca visto em outros governos. Abandonamos um pouco a questão política, mas vimos que era necessário cada vez mais buscarmos o apoio e o entendimento do parlamento brasileiro. Fomos nos moldando, mas, desde o início, aquela bandeira que foi de todos os outros que me antecederam, nós pusemos em prática: o efetivo combate à corrupção“, declarou.

O chefe do Planalto disse, ainda, que, após dois anos e sete meses de gestão, não existem indícios de “uma mácula sequer sobre corrupção na estrutura do Executivo. “Demonstrando na prática como poderíamos mudar o Brasil“, prosseguiu.

Embora Bolsonaro alardeie a inexistência de ilicitudes na gestão federal, a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e o Tribunal de Contas investigam indícios de corrupção, por exemplo, na negociação entre o Ministério da Saúde e a Precisa Medicamentos para a compra de 20 milhões de doses da Covaxin.

Além disso, Ricardo Salles, que deixou o Ministério do Meio Ambiente há apenas um mês, é alvo de inquérito pela suposta prática dos crimes de corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e facilitação de contrabando na exportação de madeira do país.

Ciro Nogueira, levado por Bolsonaro para a Casa Civil, cuja sede fica na estrutura do Palácio do Planalto, responde a cinco inquéritos originados da Operação Lava Jato.

Os comentários não representam a opinião do site. A responsabilidade é do autor da mensagem. Em respeito a todos os leitores, não são publicados comentários que contenham palavras ou conteúdos ofensivos.

500
Mais notícias
Assine agora
TOPO