Adriano Machado/Crusoé

Bolsonaro diz que leite condensado é para ‘enfiar no rabo’ da imprensa e que pandemia pode ser fabricada

27.01.21 17:46

Após a divulgação dos bilionários gastos do governo federal com a compra de comida em 2020, Jair Bolsonaro (foto) recorreu a mais um de seus usuais discursos recheados de impropérios para rebater a notícia. O presidente da República afirmou que as latas de leite condensado compradas por todos os órgãos do Executivo, que custaram 15 milhões de reais aos cofres públicos, serviriam para “enfiar no rabo” da imprensa.

Bolsonaro falou sobre as aquisições, noticiadas pelo portal Metrópoles, durante um evento em uma churrascaria nesta quarta-feira, 27, em Brasília. O compromisso não consta da agenda oficial do chefe do Planalto. O jornalista Samuel Pancher obteve trechos do acalorado discurso e os divulgou nas redes sociais.

O presidente assegurou que explicará as onerosas despesas na tradicional live de quinta-feira, ao lado do ministro-chefe da Controladoria-Geral da União, Wagner Rosário. Garantiu, ainda, que comprovará que Dilma Rousseff gastou mais com latas de leite condensado do que ele em 2014.

Sob aplausos de apoiadores, que, sem máscara, se aglomeravam no restaurante, o presidente xingou a imprensa. “Vai para a puta que o pariu. Imprensa de merda essa daí. É para enfiar no rabo de vocês. De vocês não. De vocês da imprensa, essa lata de leite condensado“, disse Bolsonaro.

Acompanhado de nomes do alto escalão do governo, como Ernesto Araújo, Bolsonaro declarou que as compras não serviram a mesa da Presidência da República, informação que a imprensa noticiou com claridade. Ele disse que as latas de leite condensando foram usadas “para alimentar 370 mil homens do Exército brasileiro” e “para programas de alimentação via Ministério da Cidadania e Ministério da Educação“.

Essas acusações levianas não levam a lugar nenhum. E, se me acusam disso, é sinal de que não tem do que me acusar“, completou. Na sequência, o presidente defendeu a compra de chicletes ao custo de 2,2 milhões de reais. Bolsonaro alegou que a goma de mascar faz parte do catanho das Forças Armadas, um tipo de refeição rápida, normalmente acondicionada em sacos plásticos.

Quem já esteve no Exército já teve um catanho. Pessoal sabe o que é catanho, quem serviu. Tem um chicletinho lá dentro. Isso não é mordomia, não é privilégio”, emendou.

Criticado pela postura no enfrentamento da crise sanitária, Bolsonaro também falou a respeito da sombra do impeachment e chegou a dizer que a pandemia do novo coronavírus, que infectou quase 9 milhões de brasileiros, pode ter sido “fabricada“.

Quis o destino que uma pandemia, que pode ser fabricada, nos atingisse no início do ano passado“, pontuou. “Nós continuaremos nessa cadeira até o final de 2022. Tenho certeza disso“, apostou. Direcionando a fala a Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB, Bolsonaro alegou que “não adianta falar” nos mais de 60 processos de impeachment, pois, “se juntar todos, não dá nada“.

Propostos por partidos de esquerda, como PT, PCdoB, PSOL ou até mesmo a OAB. Não levam a lugar nenhum, a não ser para causar transtorno e tentação na sociedade”, concluiu.

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