Bolsonaro confirma reforma ministerial; Ciro Nogueira é cotado para a Casa Civil

O presidente Jair Bolsonaro anunciou que vai promover uma nova reforma ministerial nos próximos dias, para atrair ainda mais apoio do Centrão no momento mais frágil de seu governo. Acossado pela CPI da Covid no Senado e pela queda na popularidade, o Planalto avalia colocar o senador Ciro Nogueira, presidente do Progressistas, no comando da Casa Civil. 

Bolsonaro também precisa fortalecer a base no Senado para as sabatinas de André Mendonça, indicado para o Supremo Tribunal Federal, e de Augusto Aras, reconduzido à Procuradoria-Geral da República.

“Estamos trabalhando uma pequena mudança ministerial que deve ocorrer na segunda-feira, para a gente continuar aqui administrando o Brasil”, disse Jair Bolsonaro na manhã desta quarta-feira, em entrevista à rádio Joven Pan Itapetininga.

Atual ministro da pasta, o general Luiz Eduardo Ramos pode ser deslocado para a Secretaria-Geral da Presidência, comandada por Onyx Lorenzoni. O governo ainda estuda desmembrar parte do Ministério da Economia para criar uma nova pasta que abrigaria o deputado do DEM do Rio Grande do Sul. As mudanças aconteceriam apenas três meses após a última troca no primeiro escalão do governo.

Se concretizada, a chegada de Ciro Nogueira ao Planalto fortalece a influência do parlamentar piauiense junto ao governo, turbinada pela liberação milionária de emendas e cargos. Como mostrou Crusoé, o senador integra a “tropa do cheque” governista na CPI da Covid, trocando sua fidelidade canina ao governo por 135 milhões de reais do chamado “orçamento paralelo”.

O presidente do Progressistas tem ligações com a empresa VTCLog, responsável pelo armazenamento e distribuição de vacinas do Ministério da Saúde. Como revelou Crusoé, a empresa que ampliou significativamente seus negócios com o governo nos últimos anos virou o novo alvo de investigações da CPI da Covid.