Roberto Casimiro /Fotoarena/Folhapress

BC multa Bradesco em R$ 95 mi por esconder transações atípicas do Coaf

01.06.20 19:01

O Banco Central multou o Bradesco e oito de seus dirigentes em 95 milhões de reais por falhas nos procedimentos de prevenção à lavagem de dinheiro, entre as quais não comunicar o Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o Coaf, movimentações financeiras atípicas, o que é exigido por lei.

É a partir das informações enviadas pelos bancos que o Coaf produz relatórios de inteligência para os órgãos de investigação, como Ministério Público, Polícia Federal e Receita Federal. Esses dados abastecem apurações em curso ou dão origem a novos inquéritos, a exemplo do processo que mira a suspeita de “rachid” no antigo gabinete do senador Flávio Bolsonaro.

O BC e o Bradesco assinaram um termo de compromisso na sexta-feira, 29, no qual o banco se compromete a não deixar mais de comunicar o Coaf sobre transações financeiras suspeitas e a colocar em prática um plano de melhorias nos procedimentos de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo.

Com a assinatura do termo, o BC suspendeu um processo administrativo sancionador contra o Bradesco por descumprimento das regras de controle. Detalhes das irregularidades cometidas pelo banco privado não foram revelados.

Caso o Bradesco não cumpra o que foi acertado no acordo, poderá sofrer medidas administrativas e judiciais e o processo que estava em curso no Banco Central pode ser retomado.

Em nota enviada a Crusoé, o Bradesco afirma que “o termo de compromisso celebrado é uma oportunidade de avanço conjunto com o Banco Central do Brasil no aprimoramento contínuo dos procedimentos de prevenção à lavagem de dinheiro e no combate ao uso indevido do Sistema Financeiro Nacional”. O banco diz ainda que “possuí sistemas e políticas sólidas em linha com as melhores práticas de mercado”.

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