Bastidores: Mandetta fez discurso de despedida, tirou selfies e pediu para que limpassem suas gavetas

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, deixou a sede da pasta pouco antes das 17 horas de segunda-feira, 6, certo de que seria demitido pelo presidente Jair Bolsonaro. O mandatário do país o havia convocado para uma reunião ministerial no Palácio do Planalto.

Antes de sair, afirmou a auxiliares e parlamentares que as indiretas enviadas pelo presidente e as notícias veiculadas pela imprensa indicavam claramente que ele seria exonerado. Também relatou que os colegas ministros, procurados por ele ao longo do dia, não garantiam sua permanência.

Minutos antes de descer pelo elevador, Mandetta deu ele próprio a ordem para que seus auxiliares limpassem suas gavetas. Também ensaiou um rápido discurso de despedida, quando disse ter sua consciência tranquila de que tinha feito um bom trabalho na pasta.

O clima já era de adeus desde a hora do almoço. Funcionários do ministério que encontravam Mandetta pelos corredores da pasta o cumprimentavam como se fosse a última vez. O ministro chegou até a tirar selfies com alguns desses servidores ao longo do dia.

No caminho para o Planalto, o titular da Saúde falou ao telefone com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, um de seus principais aliados no meio político. Ao correligionário, disse ter a certeza de que seria demitido, mas que ainda não tinha recebido a confirmação.

Mandetta voltou da reunião no Palácio do Planalto anunciando publicamente que permaneceria no governo. Em conversas reservadas, porém, admitiu não ter recebido garantia direta do presidente de que ficará no cargo, o que faz com que o clima no ministério continue sendo de incerteza.