Adriano Machado/Crusoé

Bastidores: em reunião, Bolsonaro se diz sob ataque e pede que ministros o defendam

06.04.20 20:38

O presidente Jair Bolsonaro (foto) afirmou nesta segunda-feira, 6, em reunião ministerial no Palácio do Planalto, que quer participar mais diretamente das decisões tomadas por seus ministros em meio à pandemia do coronavírus.

Segundo relatos de ministros feitos sob reserva a Crusoé, Bolsonaro disse que está sob forte “ataque” político e da imprensa e, por isso, cobrou que seus auxiliares não só fiquem a seu lado como o defendam publicamente.

No encontro, o presidente afirmou estar tentando conciliar a manutenção de vidas com a questão econômica, mas voltou a repetir que não há como o país ficar em quarentena até agosto.

Bolsonaro também defendeu o uso da cloroquina no tratamento de pessoas infectadas. Lembrou que, em um hospital para idosos em São Paulo, os pacientes que usaram o remédio não foram sequer para a UTI.

De acordo com ministros, apesar do clima tenso da reunião em razão das notícias sobre a possível demissão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, o tom do encontro foi “conciliatório”.

O próprio Mandetta aproveitou a reunião, que durou cerca de 1 hora e 20 minutos, para expor seu desconforto com as críticas públicas feitas a ele pelo presidente. Disse que estava no governo para ajudar.

Segundo relatos de participantes, o titular da Saúde também cobrou de Bolsonaro uma orientação clara do caminho que o presidente quer que ele siga em relação ao combate à Covid-19 no Brasil.

Os ministros da Economia, Paulo Guedes, do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno, e da Cidadania, Onyx Lorenzoni, aproveitaram o encontro para defender a união do governo na crise.

Ao final, em mais um sinal explícito de apoio ao colega, ministros se levantaram e se reuniram em volta de Mandetta. Queriam, claramente, colocar panos quentes nos últimos embates com Bolsonaro e pedir que seguisse trabalhando.

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