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Autor de impeachment de Dilma defende interdição de Bolsonaro por insanidade

19.01.21 15:47

O jurista Miguel Reale Júnior defendeu nesta terça-feira, 19, que o procurador-geral da República, Augusto Aras, peça a interdição do presidente Jair Bolsonaro (foto) por insanidade mental. Um dos autores do pedido de impeachment de Dilma Rousseff, ele acredita que o chefe do Planalto “deu todas as demonstrações de comportamentos anormais”.

Reale Júnior avaliou não existir outra saída para a recuperação do país a não ser a saída de Bolsonaro da presidência. “O impeachment é um remédio. O impeachment existe para ser um remédio em casos graves. E estamos diante de um caso grave. Outro caminho é a abertura de um processo criminal, pois há uma coletânea de crimes nos quais ele poderia ser enquadrado: crimes contra a saúde, crimes contra a democracia. E há a opção da interdição, que pode ser pedida pela família ou pelo Ministério Público. Diante de todo esse quadro, o Ministério Público, que tem que salvaguardar o Brasil, poderia pedir o exame de sanidade mental”, disse, em entrevista a O Antagonista.

O jurista observou que um eventual exame “poderia dizer se Bolsonaro é tecnicamente louco”. Reale Júnior lembra que o presidente protagonizou, diversas vezes, “reações descontroladas, de ciumeira, de inveja, de uma megalomania, de ausência de sensibilidade humana, de falta de empatia, de ausência de remorso, de gosto pela morte, de indiferença com o sofrimento alheio”.

‘Eu tenho a caneta’, ‘Eu sou o presidente’, ‘Eu quem mando’: ele já deu todas as demonstrações de comportamentos anormais. E é evidente que há um comprometimento imenso do país em razão disso. Ele não consegue medir as consequências dos atos dele, não tem essa capacidade. Bolsonaro já mandou seus apoiadores invadirem hospitais para que, segundo ele, filmassem leitos vazios em meio à pandemia. Tudo isso vai ficando esquecido, mas não deveria. Essa fato, especificamente, é um dos fatos criminosos. O Brasil está isolado em razão das atitudes inconsequências dele, dos ataques dele a outros países. É uma coisa louca, alucinante”, completou.

Em sua 141ª edição, Crusoé elencou episódios em que Bolsonaro apresentou comportamento errático, transformando o Brasil em motivo de chacota global e comprometendo a recuperação da crise. A revista consultou psicólogos e psiquiatras para entender o comportamento do presidente à luz dessas ciências.

Os especialistas apontaram três características psíquicas marcantes no comportamento do presidente em público: 1) personalidade epiléptica, que envolve, por exemplo, explosividade, irritabilidade, mau humor e egocentrismo; 2) paranóia sistêmica, marcada pelo personalismo e por um senso de grandiosidade e uma espécie de síndrome de perseguição; e 3) um traço de perversão, caracterizado pelo prazer com a angústia ou com o sofrimento do outro.

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