Sérgio Lima/ADPF

Atacada por críticos da Lava Jato, delegada pode ser a escolhida de Moro para a PF

05.11.18 15:36

Ao aceitar o convite para ser ministro do governo de Jair Bolsonaro, Sergio Moro deu de ombros para os ataques que, ele sabia, viriam em seguida. Resolveu enfrentá-los por entender que, no cargo, poderá amplificar os avanços obtidos pela Operação Lava Jato no combate à corrupção. Em breve, ao escolher quem vai comandar a Polícia Federal, o juiz deve dar mais um passo contra a corrente de críticas. O motivo está no nome de quem ele deverá, ao que tudo indica, convidar para o cargo. Pessoas próximas de Moro apostam que a escolhida será a delegada Erika Mialik Marena (foto), apontada pelos adversários da Lava Jato como símbolo dos supostos abusos da operação.

O futuro ministro evita falar sobre o assunto, mas há algumas razões que fortalecem o nome da delegada, atual superintendente da PF em Sergipe. O primeiro é que Moro deve escolher para o posto um dos integrantes da formação original da Lava Jato, cujo trabalho ele conhece de perto. Isso já torna a lista bem enxuta. Fazem parte do rol os delegados Igor Romário de Paula, Márcio Adriano Anselmo e a própria Erika. Corre por fora outro nome importante da equipe, o do delegado Luciano Flores. De todos, Erika Marena é apontada como a mais próxima do juiz.

Na própria Polícia Federal, e especialmente entre os que trabalharam mais proximamente com Moro, o nome da delegada vem liderando a bolsa de apostas. Durona e com larga experiência na investigação de crimes do colarinho branco, Erika Marena esteve à frente de algumas das mais importantes fases da Lava Jato. Quando deixou a força-tarefa, foi trabalhar em Florianópolis e atuou na operação que prendeu Luiz Carlos Cancellier, então reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Cancellier se suicidaria duas semanas depois da ação, que investigava suspeitas de desvio de recursos na universidade.

Apegando-se à participação de Erika na investigação sobre os desvios na universidade, os críticos da Lava Jato logo passaram a usar o suicídio do reitor para atacar a operação. A delegada sustenta, até hoje, que não houve qualquer ilegalidade ou abuso na ação. Caso ela seja confirmada para a direção-geral da PF, será um duro golpe de Moro naqueles que tentaram atacá-la mirando a Lava Jato. O juiz, de novo, será criticado. Mas, de novo, poderá dizer que decidiu por absoluta convicção.

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