Agência Brasil

As balas perdidas do fogo nada amigo entre Eduardo e Joice

06.12.18 19:37

No tiroteio verbal entre Eduardo Bolsonaro e Joice Hasselmann, revelado por Crusoé, foram disparadas várias balas perdidas que atingiram outros personagens da política. E têm o potencial de transformar a discussão entre dois deputados do PSL numa crise que transbordará para fora da legenda.

Eis alguns pontos explosivos e não esclarecidos da troca de mensagens entre o deputado federal filho do presidente Jair Bolsonaro e a deputada federal eleita:

1. Jair Bolsonaro trama contra Rodrigo Maia? Ao contar que está com o líder do PR na Câmara, Eduardo Bolsonaro diz que não precisa nem pode “ficar falando aos quatro cantos” de todas as suas movimentações, por ordem de Bolsonaro. “Se eu botar a cara publicamente o (Rodrigo) Maia vai acelerar as pautas bomba no futuro governo”, alertou Eduardo, na madrugada do dia seguinte à aprovação na Câmara de um projeto que extinguiu as punições a prefeitos que gastarem mais do que o permitido pela Lei de Responsabilidade Fiscal – típica pauta-bomba. O filho do presidente eleito, embora mantenha diálogo com o atual presidente da Câmara, trama na surdina para eleger o sucessor e contra a reeleição do deputado do Rio? E o pai, que sempre disse que iria ficar longe da sucessão na Câmara para não fazer “inimigos para uma vida”, sabe e autoriza as movimentações?

2. Joice atropelou Major Olímpio ou foi atropelada por ele? Eduardo a acusou de, inicialmente candidata ao Senado, se lançar sozinha ao governo de São Paulo, sem ouvir o senador eleito e presidente do PSL em São Paulo, para citar um exemplo de que ela “atropela qualquer um que esteja à frente de seus objetivos” e “não pensa no Brasil nem na plataforma do PSL”. Joice respondeu que foi convidada “com todas as letras” por Jair Bolsonaro a se candidatar a senadora, e depois, seu nome foi lançado por um grupo de filiados, o que provocou a reação de Olímpio. “Quem foi truculento comigo foi o major”, disse. No caso da indicação pelo governo, ela sugere que o filho do presidente eleito inicialmente concordou com a candidatura de Joice, mas depois voltou atrás porque foi “pressionadinho pelo Olímpio”.

3. Onyx está com Eduardo ou com Joice? O filho do presidente eleito diz que as negociações que faz com os partidos são realizadas em paralelo a conversas do deputado Delegado Waldir no plenário da Câmara e do futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, com os líderes dos partidos. Para responder que não age sozinha nem por interesses próprios, Joice responde que todos os movimentos que faz de negociação políticas são aprovados anteriormente por Onyx e por Luciano Bivar, presidente nacional do PSL.

4. Eduardo “marca e some”? O deputado federal acusou Joice de marcar uma reunião com a bancada do PSL quando ele estava nos Estados Unidos “para reforçar que eu estaria viajando em vez de tomar conta do partido”. Joice responde sugerindo que Eduardo é que não se apresenta. “Tentei conversar com você algumas vezes para te informar o que estava acontecendo para trabalharmos em conjunto”, afirma. “Ontem mesmo foi o caso, você marca e some”.

5. Quem causou o racha no PSL? Eduardo reconhece que os deputados do  PSL vão começar o ano “rachados e com os olhares cheio de dúvidas”. Joice devolve dizendo que diversos deputados eleitos estão insatisfeito com “vocês” – o filho de Bolsonaro e o Major Olímpio, pelo menos. Ela sugere que ele converse com os deputados estaduais eleitos Fred D´Ávila e Valéria Bolsonaro (o sobrenome foi adotado na campanha mas ela não é parente) e o príncipe Luiz Phillipe de Orleans e Bragança.

6. Eduardo quer ser líder ou arma a favor de Waldir? No mesmo texto, Joice admite que “salta aos olhos” a intenção de ela ser líder do PSL, para que o partido tenha um “líder de fato”, para poder negociar em nome de todos, e “de forma republicana”. Eduardo Bolsonaro não poderia, argumenta a deputada eleita, por ser filho do presidente eleito, o que é um “fardo” e o transformaria em uma “vidraça” inclusive para o pai. Mas logo adiante, ela acusa o deputado federal de, com Major Olímpio, fazer uma “jogada ARMADA (as maiúsculas são da deputada eleita) sem o conhecimento da bancada para apresentar (Delegado) Waldir como líder em 2019″.

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