Pedro Ladeira/FolhapressAras: o que vale para a Lava Jato não vale para o próprio gabinete do PGR

Aras quer que Celso de Mello deixe Bolsonaro escolher como depor

02.07.20 18:29

Em manifestação enviada ao Supremo Tribunal Federal, o procurador-geral da República, Augusto Aras (foto), pediu nesta quinta-feira, 2, que o ministro Celso de Mello intime o presidente Jair Bolsonaro a informar como prefere depor no inquérito que investiga sua interferência na Polícia Federal.

O chefe da PGR listou três opções no documento. Para Aras, Bolsonaro deve optar entre ficar em silêncio, marcar uma data para ser ouvido presencialmente ou depor por escrito, respondendo às perguntas feitas pelas partes e/ou pelo decano do STF.

Como antecipou Crusoé, Aras invocou precedente aberto pelo ministro Luis Roberto Barroso, que permitiu ao então presidente Michel Temer depor por escrito no inquérito dos Portos em 2017.

O pedido de oitiva partiu da delegada Christiane Correa Machado, que conduz o inquérito. Celso de Mello pode seguir a manifestação da PGR ou decidir, por sua própria conta, qual modelo de depoimento será adotado.

A investigação foi autorizada pelo STF em 27 de abril, após, ao anunciar a saída do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro afirmar que Bolsonaro queria colocar na diretoria-geral da PF uma pessoa de sua confiança, para ter acesso a informações e relatórios confidenciais de inteligência. Além disso, o ex-juiz relatou ter sofrido pressão para trocar o comando das superintendências da corporação no Rio de Janeiro e em Pernambuco. 

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