Leopoldo Silva/Agência SenadoFachada TCU

Apuração interna do TCU sobre ‘E$quema S’ poupa ministros

19.09.20 18:28

A Operação E$quema S, deflagrada pela Lava Jato do Rio de Janeiro na última semana, envolve a contratação de escritórios de advocacia com a intenção de influenciar decisões em tribunais, como o TCU. A operação investiga uma organização criminosa que teria desviado mais de 150 milhões de reais do Sesc e do Senac por meio da Fecomércio do Rio. No Tribunal de Contas da União, no entanto, as apurações internas se restringem a investigar um único servidor — ou seja, passam longe dos ministros da corte.

A ministra Ana Arraes, corregedora do TCU, determinou a abertura de um processo administrativo disciplinar contra Cristiano Albuquerque Rondon, lotado na Secretaria de Controle Externo. Segundo o Ministério Público Federal, o auditor investigado na Operação E$quema S teria recebido propina de Orlando Diniz, ex-presidente da Fecomércio. O pagamento ao auditor, de acordo com o MPF, teria envolvido a contratação de um advogado supostamente indicado por Roberto Teixeira e Cristiano Zanin, advogados de Lula, que são investigados na operação.

Para instruir o processo disciplinar contra o servidor, o TCU pediu informações sobre o caso à 7ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Rio de Janeiro. Em nota, a Associação da Auditoria de Controle Externo do tribunal informou que recebeu com “perplexidade” a denúncia contra o auditor concursado.

O trecho da delação em que Orlando Diniz menciona autoridades com foro, como ministros do TCU, foi rejeitado pela Procuradoria-Geral da República. Com isso, só houve avanços na investigação que tramita na primeira instância, e que tem como alvos pessoas sem foro. Entre os citados na E$squema S estão Eduardo Martins, filho do presidente do STJ, ministro Humberto Martins, e Tiago Cedraz, filho do ministro Aroldo Cedraz, do TCU. No âmbito da corte de contas, no entanto, só sobrou para o servidor sem foro.

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