Agência Brasil

Após falas de Pompeo, senadores querem aprovar ‘voto de censura’ aos EUA

21.09.20 20:55

Senadores preparam uma resposta ao governo Donald Trump após, em viagem ao Brasil, o secretário de Estado, Mike Pompeo (foto), fazer duras críticas à gestão do ditador Nicolás Maduro. Um grupo de parlamentares quer aprovar um “voto de censura” aos Estados Unidos para demonstrar a insatisfação com o episódio. Eles encararam como “um ato de campanha” a presença de Pompeo na fronteira entre Roraima e a Venezuela a pouco mais de um mês das eleições norte-americanas.

Apresentado pelo senador Telmário Mota, do PROS, o documento é subscrito por parlamentares de diferentes espectros políticos, da esquerda ao Centrão. Rubricaram o voto de censura, por exemplo, Álvaro Dias, do Podemos;
Esperidião Amin, do Progressistas; Jorge Kajuru, do Cidadania; e Randolfe Rodrigues, da Rede.

Congressistas do PSD sinalizaram apoio ao texto, mas ainda não oficializaram o suporte. O senador Otto Alencar, líder do partido, relatou a correligionários que ficou bastante irritado com o ocorrido em Roraima. A líder do Cidadania, Eliziane Gama, também deve subscrever a moção. Para emplacar a proposta, são necessárias 27 assinaturas.

Na justificativa, Telmário, que está se empenhando pessoalmente em conseguir mais assinaturas endossando o texto, argumenta que, ao usar a viagem ao Brasil para “ameaçar” o país vizinho, Pompeo ofendeu “princípios de direito internacional”. “Vale ressaltar que esses princípios, com destaque para os da igualdade de direitos, não intervenção e autodeterminação, também se encontram consagrados nos textos de tratados da maior relevância, como a Carta das Nações Unidas e a Carta da Organização dos Estados Americanos”, completou.

O parlamentar, entretanto, cita uma frase erroneamente atribuída ao secretário de Estado: “Vamos tirar Maduro de lá!”. Após a visita de Pompeo, a Embaixada dos EUA esclareceu que o profissional contratado para fazer a tradução simultânea da entrevista coletiva na última sexta-feira, 18, cometeu um erro durante a cerimônia.

No áudio em inglês, que está disponível nas redes do governo de Roraima, é possível constatar a confusão. Pompeo disse, nada verdade: “Nossa vontade é consistente, nosso trabalho será incansável e chegaremos ao lugar certo”.

Ainda assim, não deve haver recuo dos senadores, que se irritaram com o contexto geral da passagem do secretário norte-americano pelo Brasil. Em coletiva, Pompeo classificou Madurou como um “traficante de drogas”. “Precisamos lembrar que Maduro não é apenas um governante que destruiu o seu próprio país e o mergulhou em uma crise de proporções históricas, ele também é um traficante de drogas.”

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